Para uns positiva, para outros nem tanto e eu compreendo. Compreendo as perdas e sinto muito, muito mesmo por todas elas. Mas devo dizer que para mim 2020 foi sublime pela oportunidade de olhar no espelho de minha alma e ter coragem de ser quem sou, de dizer sim para o que se apresentava, mas sem medo de dizer não quando foi preciso e fazer escolhas.
De repente veio a vida e nos exigiu transparências. Se pudesse falar alguma coisa a esse “inimigo” invisível, parafrasearia Chico Buarque e diria: “apesar de você os meus amanhãs sempre foram outros dias”, onde criei, escrevi, conheci pessoas, fiz amigos, estive presente com minha família, resgatei laços de convívios valorizando ao máximo o mínimo que a situação proporcionava; não saí de casa, mas viajei o mundo inteiro nas páginas dos livros que li (e foram muitos), acordei sonhos, contei histórias. Mas, acima de tudo isso, fui Natureza. Por quê? Porque ela sempre dá um jeito.
Gratidão a todos que compartilharam comigo os seus caminhos, que abriram as portas do coração e permitiram esse encontro. Que 2021 chegue com suas aventuras trazendo vida.
forte abraço!
Leandro Bertoldo Silva.
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Publicado por leandrobertoldo
Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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