UM, DOIS, TRÊS… ESTÁ COM VOCÊ! O RESGATE DA ARTE DE BRINCAR

Por Leandro Bertoldo Silva

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Como é gostosa a brincadeira…

Andar, correr, saltar, sorrir…

Ser livre para imaginar,

Ser tudo o que quiser: gigante, herói, donzelas, mocinhos…

Meninos e meninas, toda a gente, se dando as mãos,

Se juntam e formam uma só brincadeira.

Nas rodas de rua, no rouba-bandeira, menino-escondido, menina-é-quem-acha,

Vira o jogo e vamos vencer…

Cabra-cega, pula-corda, passa-anel, joga-peão,

Cata-vento, arco-e-flecha, tamborzinho de caixinha e bolinha de sabão.

Ah, que saudade, que saudade, que saudade!

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Brincar é um processo criativo que chama à diversão. Diversão, que do latim — diversificare — traduz em diversificar, ou seja, divertimentos diversos. Hoje em dia, a diversificação quase não existe dentro do nosso contexto infantil e até adulto quando o que está em jogo é a brincadeira. Nossas crianças — da geração eletrônica —perderam, infelizmente, a criatividade e até mesmo a autonomia de brincar, uma vez que a maioria esmagadora das crianças e jovens sucumbiu ao modelo pronto e pensado dos jogos eletrônicos cada vez mais sofisticados. Para que fingir, sim, “fingir” que duas rodinhas de madeira presas a um cabo de vassoura é um carro, ou que uma casca de árvore é um navio no oceano, se basta um clique para entrar em um mundo que o coloca dentro de uma realidade virtual onde você dirige em simulação real um carro de Fórmula 1 ou é o piloto de uma aeronave? Acontece que a falta dessa criatividade que em outros tempos reinava fácil em rodas de amigos, hoje faz com que as crianças fiquem cada vez mais sozinhas dentro de seus próprios mundos prontos, sem contar que o “fingimento”, neste contexto, é altamente saudável.

É preciso lembrar sempre que, mesmo dentro do mundo moderno, em que os pequenos são entregues a responsabilidades por vezes até prematuras mediante a um ritmo acelerado de vida dos pais, criança continua a ser criança, e é imperativo que tenha tempo de brincar. É preciso lembrar igualmente que televisão, computador, celular não podem ser babás  e nem os melhores amigos — e não são mesmo — e que brincar não é só descobrir novas funcionalidades do tablet… Brincar é explorar, inventar, correr, pular, criar. Lembram das famosas brincadeiras de roda?

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Tudo isso Contribui para o desenvolvimento integral, autoconhecimento, estimula várias competências de comunicação, equipe, solidariedade e respeito, resiliência — afinal, nem sempre se ganha —, melhora a atenção e concentração, a expressividade, desenvolve laços afetivos e, além de uma série de outros benefícios, conduz à felicidade…

Como é gostoso brincar… Como é gostoso fazer da parte do seu corpo um personagem encantador, bastando, para isso, um pouquinho de imaginação… Duvida ou nem se lembra como se faz? Veja esse pequeno vídeo…

Foi neste contexto que tivemos, nós da Árvore das Letras, em parceria com a Casa Ateliê Terra do Sol, em Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, a iniciativa de proporcionar às crianças o resgate das brincadeiras de roda, a magia das histórias, a criatividade da pintura em desenhos com mandalas e o contato com a natureza a partir da expressão com o barro, transformando-o em peças artísticas. Tudo isso em um local aberto em contato uns com os outros, com as árvores, pássaros e flores. Resultado? Ter a alegria de ver crianças sendo elas mesmas em suas essências…

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“Era uma vez um menino que desenhava com o dedo no vento. Ninguém entendia aquele menino doido. O menino desenhava mais. Um dia falaram para ele que não era assim, que ele tinha que desenhar num papel, no chão, na parede, algum lugar que se pudesse ver. Aí o menino fez um papagaio e foi desenhar no céu…”

(Adelsin, em Barangandão Arco-Íris)

A Árvore das Letras e a Casa Ateliê Terra do Sol estão abertas a propostas de tardes brincantes, como essa, e oficinas diversas.

Achou interessante, quer saber mais a respeito do nosso trabalho? É só nos enviar um contato! Venha brincar com a gente…

E, ah…

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