UMA ROTINA SAUDÁVEL

Peço licença para compartilhar uma vivência com você.

Hoje, dia 30 de agosto, levantei às 5h. da manhã com a decisão tomada de ser este o horário para iniciar o meu dia e fazer tudo o que desejo e preciso.

Entendi que, como escritor, sou um operário e tenho com as letras o compromisso do trabalho e do servir, e escritor escreve todos os dias, (nem tão) simples assim, mas é o nosso ofício.

Assim, com tudo que tenho a realizar durante o dia, estabeleci que estarei escrevendo de 7h. às 9h., impreterivelmente, com sol ou chuva, frio ou calor, e isso é inegociável. Mesmo que o tempo seja pouco, adotarei Hemingway e deixarei para o dia seguinte o auge da vontade, embora bem aproveitado todo minuto é uma eternidade.

O levantar às 5h da manhã é que necessito me preparar e cuidar das minhas meninas – esposa e filha. Inicio o dia com minhas meditações e visualizações, preparo o café delas para que possam ir para o trabalho e escola e, assim, poder estar totalmente disponível também para o meu trabalho. A partir das 9h. lanço-me à confecção dos livros e cadernos para à noite poder estar com meus alunos no curso Vivenciando a Linguagem, Leitura e Escrita e finalizar a travessia com uma bela, prazerosa e necessária leitura.

Hoje fui organizar os textos a fazerem parte do meu próximo livro “O pé de ameixa da casa da minha avó e outras crônicas” que, por motivo de agenda, será lançado em 2023. Mas é necessário deixa-lo pronto, e é incrível! É só começar a mexer que o livro acontece dentro da gente…

Mas vamos caminhando.

E você, qual é a sua rotina saudável?

Forte abraço!
Leandro Bertoldo Silva.

POR QUE BATIZEI AS MINHAS PRENSAS DE “PAULA BRITO”?

Francisco de Paula Brito (1809-1861), afrodescendente como Machado de Assis, foi figura importante nos primórdios do mercado editorial no país. Segundo Machado de Assis, “o primeiro editor digno desse nome que houve entre nós”. Pioneiro no ramo tipográfico no Brasil, facilitou e promoveu a publicação de escritos de jovens autores que buscavam oportunidades, incentivou a leitura, a circulação de ideias e os contatos entre figuras notórias da vida social do Rio de Janeiro. A tipografia de Paula Brito era responsável não apenas pela impressão de diversos escritos, mas também pela produção editorial de muitos deles. Além de ter sido a primeira a publicar um livro de autoria de Machado de Assis – Desencantos: fantasia dramática (1861) – foi o local onde o jovem Machado de Assis conheceu muitos escritores, artistas e políticos importantes, alguns dos quais se tornariam seus incentivadores e amigos.

Para quem é um escritor artífice como eu que edita e publica os seus próprios livros e também de amigos escritores, como Ricardo Albino, Armando Ribeiro, Antonia Aleixo, Valéria Cristina da Costa, Bhuvi Libanio, Araci Cachoeira e Lívia Ferreira, creio estar bem respondido.

O que mais me deixa estimulado neste trabalho de escrever e fazer nascerem outros autores e autoras é ver fortalecida a literatura independente e a possibilidade de novos caminhos porque, sim, eles existem, e se não existirem podemos construí-los.

Caso queira conhecer os meus livros, saber mais sobre as prensas, o selo Alforria Literária da Árvore das Letras e o nosso conceito de publicação sustentável, entre e fique à vontade. Visite este site. Quem sabe você não possa fazer parte desse processo?

Forte abraço!
Leandro Bertoldo Silva.

FAZER 50 ANOS

Fazer 50 anos não é um aniversário como os outros, não que os outros não tiveram importância. Afinal, só chegamos aos 50 por causa deles. Mas fazer 50 anos é a junção de dois momentos: um que se fecha e outro que se abre. É aquele momento exato entre o final do dia e o início da tarde. Também poderia ser da tarde para a noite ou da noite para o dia. É a pausa da inspiração para a expiração. E embora tudo possa parecer imperceptível, a mudança acontece trazendo as marcas do tempo, as consequências das escolhas, as palavras ditas, os olhares revelados, os abraços dados, os encontros realizados.

Fazer 50 anos é poder, sim, olhar para trás, avaliar, analisar com minúcias. É poder se dar o direito de sentar à sombra da árvore, afiar o machado da vida com mais paciência, sem correria, pois o ritmo pode ser mais lento, o que não significa ser menos eficaz, mas dosado com mais calma, com mais inteligência.

Fazer 50 anos é estar à porta de onde moram as pessoas que já passaram por tudo que passamos até então e que sabem que todas as experiências são válidas, mas que muitas delas não precisam ser levadas tão a sério. Aliás, brincar é abandonar qualquer tristeza e adquirir a qualidade da inocência sem ser infantil.

Fazer 50 anos é engravidar de si mesmo e renascer criança madura.

Obrigado a todos e todas que me acolheram em suas vidas. Obrigado por fazerem parte da minha. Gratidão pelas palavras de carinho. A história continua agora em outras páginas.