Olá, meus amigos! Tenho uma grande novidade para vocês!!
Acabo de finalizar a escrita do meu quinto livro!! Iuhuuuuuuuu!!!
Vocês podem imaginar o meu estado de extrema felicidade!! Afinal, foram alguns bons anos lendo muito, visitando exposições, pesquisando a história de Belo Horizonte desde quando ainda era o antigo Curral del Rey, anotando, preenchendo muitas folhas de caderno…
Mas para quem é escritor sabe que o ponto final em uma obra não é tãããão final assim e que esta é apenas a primeira etapa do trabalho… Agora vêm as revisões, as trocas aqui e ali de alguns vocábulos, as correções ortográficas, enfim…
Além disso, é momento de me debruçar no projeto gráfico, na arte da capa, nas ilustrações que, como sabem, é tudo feito de maneira minuciosa.
Mas sabe o que é legal?
Pela primeira vez quero dividir esse momento com os leitores! À medida que eu for caminhando, conversando com pessoas, decidindo revisores, criando as ideias, quero ir documentando e compartilhando tudo isso com vocês para que vejam, literalmente, o livro nascer.
Além disso, vou postar algumas fotos de lugares que aparecem ou são citados no livro e dar até algumas pinceladas da história, sem spoiler, é claro!
E para que tenham uma ideia do que trata essa história bem intrigante até na forma de ser escrita, respondam-me…
Vocês têm medo de fantasmas? Sim ou não?
Depois de muito tempo, resolvi abrir uma história ao conhecimento de todos. Uma não; várias! Na verdade, essas histórias (ou estórias?) não aconteceram comigo, mas com um amigo: Xavier de Novais, o segurança de uma livraria. É ele o narrador do meu quinto livro que acabo de finalizar!
Saibam que Xavier de Novais é o melhor amigo vivo do fantasma de Aarão Reis. Eu sei que essa história é um tanto estranha… Mas vale a pena conhecê-la! Por enquanto, apresento-lhes a sua estrutura narrativa…
Vamos lá?
Nessa obra há o deslocamento do foco de interesse da escrita. Não se trata diretamente da biografia real de Aarão Reis, mas da forma como ele enxerga as circunstâncias em que vive após a sua morte. Em vez de trabalhar os espaços externos e sociais do personagem, investe na caracterização ficcional do mesmo a partir do momento em que Aarão Reis, agora um fantasma, conta suas histórias para Xavier de Novais — o segurança de uma livraria —, em nosso século, que é o personagem-narrador do livro.
Aarão Reis carrega, sim, a estigma de grande homem importante que foi em vida (Engenheiro que arquitetou a chamada Nova Capital, hoje a cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais), mas o que importa para ele é a sua existência após a morte e a liberdade de fazer o que mais gosta: contar histórias. Para isso, assim que chegou no “mundo da fumaça”, como ele mesmo diz, tratou logo de pedir às autoridades sua transferência do Departamento dos Fundadores para o Departamento dos Contadores de Histórias. Só vendo…
A estrutura de “Histórias de um certo Aarão e outros casos contados” tem uma lógica narrativa inovadora. A sequência do livro não é determinada pela cronologia dos fatos que o envolvem, mas pelo encadeamento das histórias de Aarão Reis recontadas pelo segurança da livraria. Uma história puxa a outra e, entre elas, de forma paralela, a nova existência de Aarão Reis vai sendo revelada ao leitor – pura ficção.
Organizado em contos, a obra flui segundo o ritmo da fala de Xavier de Novais – o narrador, que não é o personagem principal. A aparente falta de coerência da narrativa, permeada pelos contos, revela uma forte coerência interna. Vale lembrar que os contos são as histórias contadas pelo fantasma – ele, sim, o personagem principal – ao amigo.
Em síntese: É um romance (a história fictícia de Aarão Reis no além, após a sua morte) permeado por contos (as histórias contadas ao segurança e recontadas, por este, ao leitor).
A ideia é que as histórias contadas passem pelo imaginário popular, sendo levadas ao leitor – além de algumas criações genuínas – releituras de lendas urbanas de Belo Horizonte, como o fantasma do Palácio da Liberdade, o Avantesma da Lagoinha, o mistério do tesouro da Serra do Curral e até mesmo a Loira do Bonfim aparece por aqui, além de outras histórias recheadas de imaginação.
Dentro do pensamento de que “quem conta um conto aumenta um ponto”, alguns desses personagens seriam amigos de Aarão Reis que poderiam, inclusive, contar as suas próprias versões das lendas, ou seja, a estória por trás das histórias, fazendo com que os leitores tenham uma experiência diferente ao que sempre ouviram e busquem as várias versões das mesmas, fazendo um paralelo entre o que é contado e o que pode ser criado. É como diz a citação de Bartolomeu Campos Queirós no início do livro:
“A memória é um espaço interno onde a fantasia conversa com a realidade”.
Essa é a proposta narrativa que ainda reserva outras surpresas, como, quem sabe, um encontro inusitado com Brás Cubas, ou mesmo com o seu criador, uma vez que Aarão Reis conhecia bem o Rio de Janeiro, embora tenha preferido ficar em nossas terras mineiras… Tudo é possível no além…
Está aqui, portanto, apresentado este livro que acaba de ser escrito!
Convido você a essa jornada de experimentação e criação literária, remontando aos tempos dos folhetins. Isso se não tiver medo de fantasma…