RÉVEILLON

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Por Leandro Bertoldo Silva, do livro Entrelinhas Contos mínimos

“Escuto, mas não sei se o que ouço é silêncio”
(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Dia 31 de dezembro. Quase tudo pronto para o réveillon. Depois de anos desejando passar esse momento com alguém que aliviasse minha insistente solidão, encontro o fim desse tormento. Repasso pela última vez os itens cuidadosamente preparados antes da chegada de ilustre persona: mesa posta para a ceia, champanhe, tudo para duas pessoas. As horas passam rápidas. Os primeiros fogos espocam no ar, anunciando os novos tempos. Quase não percebo a chegada tão sonhada da pessoa esperada. Sento-me à cabeceira da mesa e, no exato instante em que o novo ano marca sua presença, olho para o grande espelho da sala à minha frente e saúdo meu convidado. E uma lágrima escorre de meus olhos no mesmo instante dos dele…

Ouça abaixo a história narrada

 

 


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