AMANHECER

Por Leandro Bertoldo Silva

Era o mesmo ritual todas as manhãs. Ao acordar, antes mesmo de dar bom dia a quem estivesse por perto, precisava desanoitecer de si. O sol com seus raios ainda mornos espreguiçava-se no terreiro, onde o miúdo, ao senti-lo em seu rosto,  começava a metamorfosear os seus sentidos. Ia borboleteando aos poucos em ritmo de asas tão pequenas em companhia dos pássaros já ávidos em felizes despertar. Só depois nascia-lhe a voz após longo sorver de ar e um largo sorriso no rosto.

Agora sim — dizia sempre ao arrematar sua fala em poesia:

Cheiro da manhã

ao som dos passarinhos

me faz ser dia.

Amanhecia.

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Bem, esse é o meu amanhecer, aquele vivido todas as manhãs ao sair para caminhar nas primeiras horas do dia. Muitas poesias me surgem nesses momentos e eu, claro, as registro em meu caderno de haicais. Mas e você? Como é o seu despertar?

Forte abraço!
Até a próxima.

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