Sabe aquela história de estar no lugar certo na hora certa? Em uma tarde qualquer de um dia muito bonito entro em uma biblioteca e me deparo com uma pilha de livros dispostos em um canto no chão. — Por que esses livros estão aqui? — Estão condenados. — Como é que é?! Bem, desobri que passaram por uma espécie de pente fino e que muitos deles eram de edições muito ultrapassadas, além de outros tantos estarem avariados e impossibilitados para consulta e alguns até com fungos, o que poderiam contaminar os outros. — E o que farão com eles? — Serão descartados. Mas caso alguém queira… Reparei que muitos eram coleções, enciclopédias. Livros grossos, de capa dura. De fato, alguns apresentavam um estado muito deteriorado, o que era uma tristeza. Mas e os outros? E aquelas gravuras lindas? E o material que eram compostos, como papelão e cabeceado? Sem mais delongas! Recolhi o que poderia ser reaproveitado e dei àquela pilha de nada um novo porquê, uma nova vida e função. Não serviriam mais como livros, mas poderiam doar sua arte, ilustrações, matéria-prima e alma e metamorfosear-se em seus parentes mais próximos: lindos e expressivos cadernos para que novas histórias pudessem ser escritas. Assim nasceu a ideia da criação da coleção UM NOVO PORQUÊ, cadernos de tamanhos e modelos diversos utilizando o reaproveitamento desse material. A coleção será apresentada em evento on-line no dia 17 de fevereiro, sábado, às 17 horas. Até lá, acompanhe o processo de confecção em nossas redes sociais. Garanto que irá gostar.
Forte abraço! Leandro Bertoldo Silva.
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Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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2 comentários em “UM NOVO PORQUÊ”
Quem ama livros dá sempre um bom destino. Força Leandro, estaremos prontos para apreciar o evento.
Quem ama livros dá sempre um bom destino. Força Leandro, estaremos prontos para apreciar o evento.
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Gratidão, Emílio. Estarei esperando por você 🙂
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