NO MEIO DO CAMINHO

Por Leandro Bertoldo Silva

Tudo era sempre igual para o senhor Todo Dia. Sua vida desconhecia pausas e era desprovida de sorrisos. Todo ele era um endurecer de pedra. Faltava-lhe tempo de ser quem gostaria, ou nem sequer o sabia; tornara-se doente dos sentidos.

Com isso, não percebia nada além do cinza. Seus olhos desacostumaram-se das cores. O corre-corre do trabalho, das obrigações cada vez mais exigentes faziam de Todo Dia alguém a passar bem longe  da alegria das coisas valiosas. Engraçado, todas elas eram desimportantes: o cantar dos pássaros de manhã ao saldar o sol, o cheiro do dia impregnado na brisa suave das primeiras horas, o zum, zum, zum das abelhas com suas patinhas carregadas de pólen a visitar aromas, e tantas inutilidades despercebidas para o senso comum.

Porém, um dia, sem nem saber o porquê, algo o fez olhar para cima exatamente no lugar onde sempre passava com os olhos colados ao chão a procura de uma poesia perdida. Bem no alto, lá estava junto a duas espécies de flores a destacar em igual vermelho e branco uma ordem: Pare! Imediatamente, obedeceu ao imperativo daquele momento e tudo se coloriu instantaneamente. Havia encontrado seus versos:

No meio do caminho…
Bem, não havia pedras,
havia flores.

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A foto acima foi tirada durante uma caminhada. É impressionante o que está ao nosso alcance quando estamos sadios dos sentido…

Um forte abraço.
Até a próxima.

USAR A POESIA COMO FOCO DE MEDITAÇÃO? SIM, É POSSÍVEL!

Por Leandro Bertoldo Silva

Você já parou para pensar na delicadeza de uma poesia, no valor dos seus versos, na cadência do seu ritmo?

Se você é um leitor ou leitora sensível, apreciador ou apreciadora da arte e do belo, tenho certeza da sua resposta positiva.

Mas…

Sabia ser possível ir além do puramente estético ou artístico e se alinhar com algo mais sensitivo capaz de transformar a sua realidade e, consequentemente, o seu bem-estar e até a sua saúde e os seus relacionamentos? Uma maneira de ir além das palavras e conectar com a sua essência?

Pois então continue a ler este texto para conhecer uma forma diferente de se envolver com a poesia. Como? Absorvendo-a como prática meditativa.

Mas antes é preciso dizer uma coisa!

Sim, eu uso a meditação já há alguns anos em tudo que eu faço. Antes mesmo de ler ou de escrever uma história, antes de costurar um livro ou caderno ou mesmo iniciar uma aula com os meus alunos, seja presencial ou online, eu sempre reservo alguns minutos para me preparar e focar emocionalmente naquela tarefa a ser realizada.

Quem é ou já foi aluno ou aluna da Árvore das Letras sabe bem disso. É comum iniciamos os nossos encontros com a prática da meditação e do relaxamento, sejam adultos ou crianças.

Como eu disse, já vinha com essa prática há algum tempo, mas foi em um congresso de educação onde isso se fortaleceu em mim e passou a fazer parte integralmente do meu costume e a se tornar não mais algo feito de vez em quando, mas um hábito.

Na ocasião, assisti a uma palestra de um professor japonês — não por acaso — onde o mesmo relatava o fato de utilizar os primeiros instantes das aulas para meditar com os seus alunos. Era questão de cinco minutos em que todos ficavam em completo silêncio, às vezes com uma música suave de fundo, agindo como um foco de atenção — falarei sobre isso em instantes… Segundo o professor, tal exercício influenciava diretamente o comportamento dos alunos, tornando-os mais sociáveis e sensíveis ao se relacionarem uns com os outros, com significativa redução da ansiedade, stress e de qualquer comportamento violento e de conflito, aumentando a concentração, além da melhora significativa do aprendizado e das notas escolares.

Hoje, muitas escolas fazem uso dessa prática, mas o número poderia ser bem maior. Não tenho dúvidas do tamanho do benefício a ser alcançado, principalmente ao se tratar de questões como a redução da violência, tanto em relação aos próprios alunos, como em relação também aos professores.

Mas onde está a poesia?

Calma, chegaremos lá. Para isso é preciso entender primeiro o que é meditação. Embora na verdade isso seja um equívoco, porque meditação não se explica; meditação se pratica. Qualquer tentativa nesse sentido é em vão. Mas como somos ávidos por conceitos, fui atrás de uma salvação. De tantas buscas feitas, encontrei para mim o mais adequado e satisfatório e espero ser para você também.

Estava nessa busca quando, em uma livraria, meus dedos ao percorrerem uma fileira de livros em uma estante se depararam com o título: “O Melhor Guia para a Meditação”, de Victor N. Davich, um livro perfeito para quem quer reduzir o stress, para quem já pratica a meditação e quer aprender novas técnicas, ou para quem está só curioso.

Curioso… Peguei o livro e, ao folheá-lo, lá estava: “Meditação é a arte de se abrir a cada momento com consciência calma”.

Caramba! É isso!

Bem, não falarei do como o livro me foi e é útil até hoje, e lá se vão mais de 20 anos…

Tampouco do como ele desmitifica a meditação como algo transcendental e a coloca bem ao alcance de nossas mãos como pratica normal do dia a dia.

O importante é dizer sobre o foco de meditação. Lembra-se da música suave dita acima? Pois é, segundo o autor, a ideia de “parar de pensar” atribuída à meditação é algo totalmente impossível (ufa! Ainda bem!). O melhor é abrandar os pensamentos, acolhê-los, mas não retê-los. Em outras palavras, ter consciência deles e deixá-los ir. Ele faz, inclusive, alusão àquelas portas de vaivém dos filmes de Bang Bang, isto é, os pensamentos vêm e vão, assim como a nossa respiração. Quanto mais focar sua atenção em uma única coisa, mais evitará a enxurrada de pensamentos e, consequentemente, relaxamos e nos abrimos a cada momento com consciência calma. Viva! Meditamos!

E é aqui que entra a poesia. Ainda não percebeu?

Vejamos! Se precisamos focar em algo para abrandar os nossos pensamentos, esse algo pode ser o som de um instrumento específico de uma música, assim como pode ser simplesmente a nossa respiração, ou mesmo a chama de uma vela ou um pontinho preto na parede. Se pode ser tudo isso, e sim, pode, por que não a poesia?

Ora, calma lá! Não estou dizendo das palavras, mas o que está além delas, ou seja, a sensação, ou, melhor dizendo, a sua essência.

Obviamente, toda poesia nos proporciona isso. Defendo, a respeito da poesia, em ser ela o próprio Eu e uma forma de autoconhecimento. E muitas vezes esse autoconhecimento vem a partir da apreciação da natureza, seja interna ou externa, como as árvores, os pássaros, o vento, os sons, as flores e estrelas. Passar um tempo em total conexão com esses elementos simples do dia a dia nos faz sentir o momento de um instante.

Como eu disse, toda poesia nos proporciona essas sensações, mas há uma específica que nos mantém totalmente imersos nesses sentimentos: o haicai. Já falei dele aqui neste blog, mas o menciono novamente não apenas pela sua simplicidade, mas por ser a própria expressão do autoconhecimento, uma vez ser ele a representação do agora, do momento, do instante.

E o que é tudo isso senão a prática meditativa? O abrir-se a cada momento com consciência calma?

Sim, mostrarei uma forma de usar a poesia — especificamente o haicai — como forma de meditar.

Para isso, é preciso enxergar os poemas de uma forma dinâmica e sensitiva, cuja leitura proporciona  conhecimentos de si mesmo.

Ler os poemas é um mergulho que você leva para a sua vida no dia a dia, passando por três etapas: pela leitura, não para aumentar conhecimento, mas para encontrar você mesmo na palavra; pela entrega, deixando a palavra cair no coração, aceitando-a simplesmente; gestação, que, através da entrega, faz com que a palavra germine e frutifique; e por último a contemplação, para não mais raciocinar a palavra, mas vivê-la no silêncio.

Sendo assim, vamos a um passo a passo bem simples, mas eficiente, de como você pode usar a poesia do haicai para meditar.

Primeiramente, selecione alguns haicais que já proporcionam tudo isso através da sua simplicidade. Você pode pesquisá-los na internet e copiá-los em papéis separados, ou mesmo tê-los em um livro específico.

Em seguida, abra aleatoriamente uma página do livro. Leia e desfrute cada palavra de um dos poemas, procedendo aos passos descritos: Leitura – Entrega – Gestação – Contemplação. Volte às outras páginas após se sentir satisfeito ou satisfeita com a sua reflexão e escolha outro haicai.

Uma sugestão é escolher um haicai por dia para meditar, seguindo os passos descritos. O importante é não ter pressa e abrir-se para as possibilidades…

Viva! Você acaba de meditar.

Deixarei aqui na sequência duas sugestões: uma para quem deseja ter um livro inspirador e preparado exatamente para essa prática de leitura meditativa. Refiro-me ao meu livro Relicário Pessoal – haicais, um livro com 51 haicais distribuídos em 3 partes temáticas — Tempos e esperas, Flores e cores e Vida e contemplação —, cada qual representando um verso do poema. O livro conta ainda com 17 ilustrações em fotos autorais transformadas em desenho ao estilo grafite, obedecendo a seguinte ordem: 5 ilustrações na primeira parte, 7 ilustrações na segunda parte e novamente 5 ilustrações na terceira parte, sendo 1 a cada 3 haicais, o que totaliza exatamente o mesmo número de sílabas dos poemas.

Você pode adquirir o livro diretamente comigo no WhatsApp (33)98462-7055.

A segunda sugestão é para quem deseja se aventurar na escrita dos seus próprios haicais e meditar a partir deles. Para isso, tenho o E-book Haicai A Arte da Poesia – um guia passo a passo. Nele você irá encontrar, a partir de uma pequena história, o que é o haicai, a sua relação com as estações do ano e com nós mesmos, as métricas gramaticais e poéticas e, principalmente, informações para se aventurar em suas primeiras escritas e aprimorar as existentes de forma leve e com ilustrações que inspiram o fazer poético.

Você pode adquirir o E-book AQUI.

Mas ainda não acabou!

Existe uma história bem conhecida de um poeta que estava a andar na praia e a jogar estrelas do mar de volta na água. A praia estava lotada delas. Ao ser perguntado por que fazia aquilo, ele respondeu que era para salvá-las. Como a praia tinha centenas e centenas de estrelas, a pessoa disse que aquele era um trabalho inútil, pois não ia conseguir salvar todas. O poeta então se abaixou, pegou uma das estrelas do mar, a jogou de volta na água e então disse: “para essa eu fiz a diferença”.

Por que conto essa história?

Porque você pode fazer parte do Grupo Haicai a arte da poesia no WhatsApp. Neste grupo temos o desafio do 1 haicai por dia. Se todas as pessoas do mundo, e são bilhões e bilhões, escrevessem, lessem e trocassem uma poesia todos os dias, acredito que resolveríamos o conflito entre os povos. A poesia tem esse potencial pelo contato com o belo, com a harmonia da vida, porque é comprovado até pela física quântica que onde colocamos nossa atenção atraímos mais disso para nós.

Assim, no grupo, todos os dias, sem falhar um só que seja, inclusive sábados, domingos e feriados, cada pessoa que desejar pode postar 1 haicai, só um já é o suficiente. Quem ainda não os escrevem podem recebê-los como presente. O grupo conta ainda com outras ações sempre optativas como encontros de haicai esporadicamente. Todas as ações são gratuitas, porém há uma condição: a entrada no grupo é mediante a aquisição do E-book. O valor é muito acessível e é uma forma de manter o trabalho, disponibilizar o tempo, organizar os encontros quando tiver e o que mais for preciso. O link já está disponível, e caso seja do seu interesse ficarei muito feliz com a sua presença.

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Bem, espero que tenha gostado e desejo maravilhosos momentos de meditação a partir da arte da poesia.

Um forte abraço.
Até a próxima.

HAICAI A ARTE DA POESIA – QUANDO O DISCÍPULO ESTÁ PRONTO, O MESTRE APARECE

Por Leandro Bertoldo Silva

Hoje eu quero falar com vocês sobre como se deu o meu encontro, ou melhor dizendo, o meu enlace matrimonial com a poesia. Mas não é qualquer poesia, estou falando dos haicais, aqueles micro poemas que tentam captar a essência de um momento, como se fossem um flash, um instantâneo, o momento exato de uma fotografia.

Bem, antes de falar desse meu encontro, eu preciso dizer algo para vocês: muita gente fala não gostar de poesia, que acha a poesia algo difícil, quando na verdade é o oposto, ou seja, é natural gostar de poesia. Isso eu aprendi com Carlos Felipe Moisés, e eu concordo plenamente com ele, quando em um livro chamado “Poesia não é difícil”, ele desmistifica essa história de poesia inalcançável e diz que isso só existe na poesia de sala de aula, ou seja, quando as pessoas, no caso os alunos, são obrigados a entender e explicar a poesia de forma racional, de forma acadêmica, às vezes até pra ganhar uma nota, e que isso não existe, ou pelo menos não poderia existir, porque poesia não se explica, poesia se sente.

Então é dentro desse universo que eu chego aos haicais.

Existe um antigo ditado chinês que diz: “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”.

Bem, foi mais ou menos isso que aconteceu comigo, embora não havia nenhum mestre em questão, mas sim uma ocasião muito específica e eu tive a sorte de estar no lugar certo na hora certa.

O ano era 2012. Aquele ano fora mágico em todos os sentidos. Entre algumas coisas, conheci jovens fascinantes na escola onde dava aulas, hoje todos adultos; fui convidado a integrar a Academia de Letras de Teófilo Otoni como membro correspondente, hoje ocupo a cadeira 27 como membro titular, e muitas outras coisas dignas de boas memórias. Mas uma delas marcou profundamente a minha vida e me ajudou a marcar a vida de muita gente também.

Por motivo de um projeto de leitura muito bem sucedido no qual organizei e me dediquei ao longo de todo aquele ano, fui convidado a apresentar o resultado do mesmo em um evento em Belo Horizonte chamado “Boas Práticas Educacionais”. Lá estavam os melhores projetos de escolas credenciadas de uma referida rede de ensino, desenvolvidos e executados em várias cidades do Brasil. Tudo caminhava para esse lado exclusivamente acadêmico não fosse um projeto específico a me arrebatar para outro lugar o qual não desejei mais sair, como, de fato, não saí até hoje e nem pretendo. Uma das escolas presentes desenvolveu com seus alunos a escrita de haicais, aqueles micro poemas de 3 versos e 17 sílabas. Eu já havia ouvido falar e até lido aqui e ali alguns haicais, mas, até aquele momento eu nuca tinha parado para apreciar. Apreciar…

O projeto consistia em fotografar a própria escola em ângulos sutis, como a folha de uma árvore na quadra da escola em dia de chuva, a marca do escorregador após o recreio, a caixa de giz do professor em contraste com o quadro negro ou a borracha gasta no caderno de um aluno e outros momentos do dia a dia, coisas simples do cotidiano.

Cada momento desse era ilustrado, além das fotografias transformadas em cartões postais, com os surpreendentes versos a fazer emocionar e estremecer cada parte do meu ser. Não, não estou a exagerar. O efeito que aqueles poemas causaram em mim foi algo como abrir as portas de uma nova existência. Nem mais lembrava o motivo de estar ali, embora, segundo relatos de colegas, a minha apresentação causou emoção e aplausos nas pessoas.

Mas sinceramente o meu mundo não mais pertencia àquele lugar de falas, debates acadêmicos e de universo escolar, mas sim àqueles versos que começaram a eclodir dentro de mim, da minha cabeça e do meu coração. Passei a escrever as flores, os ventos, os animais, as árvores, assim como os cheiros e os sabores. Escutei os passarinhos e senti o perfume das manhãs. Galopei em nuvens e contemplei o pôr do sol.  Observei um banco vazio em uma praça e enchi-me de versos. Tudo isso depois daquele dia memorável para mim e assim permaneço até hoje.

Não me lembro de mais nada daquele dia após o meu encontro com os haicais. Só sei que naquele exato momento eu havia encontrado um mestre. Ele me conduziu a muitos versos e eu os escrevia e publicava nas redes sociais. Daí a sair publicado o meu primeiro livro de haicais não houve muita demora. Nascia assim o Relicário Pessoal – haicais, um dos meus livros mais vendidos.

Passei a ensinar a arte do haicai para muitas pessoas entre alunos e amigos; muitos se tornando igualmente apaixonados haicaístas. O meu amor por esses pequenos versos é tamanho que anos depois do primeiro encontro, mais um tanto após o meu livro, mais um pouco ao incentivar muitas pessoas neste encontro de sílabas poéticas e gramaticais, criei com um profundo carinho um E-book chamado Haicai A Arte da Poesia. Trata-se de um guia passo a passo para quem desejar se aventurar ou se aprimorar na escrita do haicai.

Mas não é só isso!

Nele é possível entender a essência da poesia e saber o porquê é natural todos a amarem, muito diferente de achá-la difícil ou de não ter sido feita para você. Fala da natureza do haicai e a sua relação com nós mesmos, com as estações do ano, até mesmo de como usar os pequenos versos como prática de meditação. Fala de muitas outras coisas e tudo a partir de uma pequena história.

É um livrinho mágico que escrevi, como disse, com muito carinho, pensando em propagar a sutil arte da delicadeza e a força de bem-estar contida nessa poesia tão apaixonante. Se me fez tão bem eu sei que pode fazer bem também para muitas pessoas. Por isso, vou deixar aqui logo abaixo o link de onde você pode encontrar este E-book a um valor super acessível e de forma muito segura. E espero que ao adquiri-lo, caso sinta esse desejo, possa também escrever os seus versos e entrega-los ao mundo. Tenho certeza que eu algum lugar alguém se sentirá acolhido com eles e terá, quem sabe, como aconteceu comigo, sua vida transformada.

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Pessoal, acho que esse é o primeiro texto que finalizo fazendo uma venda tão direta. Sim, é uma venda, mas uma venda do bem, porque eu sei do valor contido nesse trabalho. E é natural querer oferecer aquilo que nos fez tão bem. Espero que isso chegue até você de uma forma carinhosa e muito respeitosa. O link está aqui e se for do seu desejo, seja bem-vindo, seja bem-vinda ao mundo maravilhoso do haicai, a arte da poesia.

Adquira o E-book aqui: https://chk.eduzz.com/2297573

Agradeço do fundo do coração.

Forte abraço!
Até a próxima.