Os livros da Alforria Literária são feitos num verdadeiro processo de “artesania” e sustentabilidade. Como bem disse uma leitora (Valéria de Oliveira Alves – Belo Horizonte), “o lado estético é lindo, mas a forma de voltar a um contato mais artesanal e simples da vida é o mais maravilhoso. Como o ser humano precisa entrar em contato com a simplicidade para se reconhecer como elemento da natureza”. É o que também disse Angelo Pereira Campos – leitor e um dos revisoes do livro Janelas da Alma, também de Belo Horizonte: “é o antigo processo preservado”.
Fico feliz, como escritor e como o idealizador da Alforria Literária, pois é exatamente essa a proposta, é essa a percepção que desejo que as pessoas enxerguem nesse trabalho como caminho possível. E aqui publico também um comentário maravilhoso que, perdoando os exageros do grande amigo Jair Jr, membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni, soube imaginar o meu sentimento:
“Leandro… Que maravilha! Viajei no tempo e me veio, num lampejo, o castelo de Veneza (?), e em uma das torres do lado sul o grande salão que servia de ateliê e oficina ao mestre Leonardo da Vinci, é bem ali, sozinho, dava asas à sua genialidade inventiva! Daqui posso imaginar as feições dele, idênticas às que penso ver em seu rosto feliz e sorridente como nesse instante de explosivo prazer ao dizer: ‘funciona… Funciona!!!’
Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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