OS BENEFÍCIOS DA ESCRITA

Por Leandro Bertoldo Silva

Este conteúdo está disponível em áudio como forma de trabalho inclusivo da Árvore das Letras. Acesse abaixo.

Você certamente já ouviu muito falar dos benefícios da leitura, mas já parou para pensar nos benefícios da escrita?

Engana-se quem acha que escrever é tarefa só para escritores. Certo, eu sou escritor! Mas também utilizo a escrita de outras formas, com outros objetivos e não somente para escrever livros.

A escrita está ao alcance de todas as pessoas. Mais do que contar histórias, escrever pode ser também uma forma de autoconhecimento. Falar sem medo de ser julgado ou mal interpretado, expressar sentimentos de alegria e de apreciação e também colocar para fora as nossas dores e incômodos. Esses são apenas alguns dos benefícios a serem encontrados na escrita, principalmente à mão.

Quantas pessoas você conhece que dizem não saber por onde começar a escrever?… Quantas pessoas você conhece que acham que escrever é muito difícil?… Pois quero desmistificar esse lugar e mostrar outro ponto de vista muito mais acessível, leve e de benefício sem precedentes ao alcance das suas mãos.

(Eu vou apresentar aqui) Veja a seguir algumas dicas de como essa prática pode ser incorporada no seu dia a dia. (e tenho certeza que você vai gostar)

1 – ESCOLHA UM CADERNO PARA CHAMAR DE SEU

Sim! A ideia aqui é escrever usando papel e caneta. A escrita à mão cria uma conexão maior de você com você. Há nessa relação muito mais autenticidade e personalidade. Portanto, escolha um caderno para ser o seu aconchego, te inspirar o desejo da escrita e te fazer feliz. Aqui na Árvore das Letras temos centenas, isso mesmo, centenas de opções onde cada caderno é único, ou seja, nenhum é igual ao outro. A nossa intenção é conseguir fazer um caderno que Já no corte e na costura do papel aflore os melhores sentimentos. E as capas são verdadeiras obras de arte onde se mesclam natureza e poesia, tecidos e colagens de maneira a criar a harmonia necessária para encantar.

2) – ESCREVA LIVREMENTE SEM SE PREOCUPAR COM REGRAS

A proposta é escrever sem medo. Não se preocupe com erros de ortografia, em escrever “certo” ou bonito, nem mesmo se o texto tem coerência. Não julgue. No princípio pode até parecer uma grande bagunça, ideias completamente desconexas; não importa, esse é o caminho. Lembre: ninguém precisa ler o que irá escrever, este é um exercício só seu. E não se surpreenda se no meio de tantos “entulhos” frasais aparecerem verdadeiras pérolas, insights fantásticos a serem aproveitados no futuro. Mas, atenção! Não escreva com essa intenção. Caso aconteça, ótimo! Se não… Ótimo também. O mais importante é escrever, só escrever.

3 – CRIE EM UM AMBIENTE ACOLHEDOR

Acredite: o ambiente influencia e muito a nossa disposição para escrever. Estar de frente a uma janela diante de uma flor ou mesmo em uma rede faz muita diferença. Se for escrever em seu quarto, tudo bem. Cuide para ter perto de você coisas que te tragam acolhimento e conforto. Acenda um abajur perto de você, ele proporciona uma luz aconchegante. Experimente velas ou até mesmo incensos bem suaves, se gostar. Música instrumental ajuda a deixar o ambiente ainda mais propício. Faça tudo que puder te trazer acolhimento.

4 – BUSQUE UMA REGULARIDADE DE ESCRITA, MAS SEJA GENTIL

É importante lidar com a escrita de modo a não torná-la algo obrigatório. Onde entra a obrigação acaba o prazer. Mas manter uma regularidade é necessário para se criar o hábito. Melhor escrever todos os dias, mesmo pouquinho, a escrever muito só de vez em quando. Escreva uma, duas, três páginas… É muito? Escreva meia página, um parágrafo, não importa, o importante é estar em contato com as palavras.

5 – ENCONTRE O SEU TEMPO

Se você não tem o hábito de escrever, no início pode ser um pouco desafiador. Mas você deve procurar conhecê-lo e encontrar o tempo onde você se sinta melhor e possa se entregar a essa prática. Há quem goste de escrever de manhã logo ao acordar, mas há quem prefere a noite antes de dormir. Às vezes durante a tarde seja mais interessante. Só tem uma forma de saber: experimente. Com certeza o melhor tempo irá se mostrar para você. Como irá saber? Pelo coração.

Bem, essas foram apenas algumas dicas das inúmeras existentes. Poderia listar outras tantas. Algumas podem funcionar mais outras menos. Mas o mais importante é você buscar, criar, encontrar a sua forma. O importante é não se prender em regras. A vida é bálsamo de inspiração! Até os momentos não tão bons — sim, eles existem — são fontes de crescimento onde a escrita pode tornar tudo muito mais leve e agradável.

O SEGREDO É COMEÇAR!

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Bem, espero que essas dicas tenham sido úteis e que tenham inspirado você a iniciar essa prática e colocá-la como um hábito no seu dia a dia. Tenho certeza que isso trará, de fato, muitos benefícios para você.

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Um forte abraço e até a próxima.

ESTÁ SERVIDO? ALGUNS LIVROS PARA 2025

Por Leandro Bertoldo Silva

Quem me conhece sabe o quanto os livros e a leitura são importantes para mim. Eles fazem parte da minha existência, movem meu sistema nervoso, são sangue a correrem por minhas veias e artérias e até são responsáveis pelo meu batimento cardíaco.

Exagero?

Não! sem livros eu sinto sede, sem livros eu sinto fome. Fico, inclusive, sem almoçar, mas não fico sem ler. Seria eu um dependente literário? Se for, por favor, não me curem. Prefiro, neste mundo dos avessos e dos conteúdos rasos, estar doente dos olhos, não por deixar de enxergar, mas por enxergar demais através do meu pince-nez, linhas e entrelinhas a tecerem histórias.

Não saberia dizer quantos lugares eu já visitei, por quantos países, catedrais, até oceanos eu já naveguei. Estive entre trabalhadores do mar, entre o ciúme, a loucura e a obliquidade de personagens inseguros e corajosos, subi Bahia e desci Floresta tantas vezes a caminho de um encontro marcado. Quantos fidalgos, quantas vidas secas a revelarem crimes e castigos, mas também a me levarem entre a razão e a sensibilidade às ilusões de um bosque perdido.

Minha vida é estar entre os livros, ora no exercício da escrita e muitas vezes neste prazer arrebatador da leitura.

Ao contar dos meus 7 anos de idade, quando ganhei das mãos de minha mãe o meu primeiro livro – Cinderela, depois O caso da borboleta Atíria, A ilha perdida, Menino de engenho e tantos outros -, aos meus até então 52 anos de agora, já não saberia dizer quantas páginas passaram por meus olhos. Evitarei citar nomes de autores e autoras para não cometer injustiças de esquecimento, e nem também caberia aqui, mas foram umas boas centenas sem dúvida.

O melhor é que mesmo com tudo isso, muitas são as histórias ainda não conhecidas, algumas delas a descansarem por anos nas estantes à espera de leitura. É comum ao término de um livro eu dizer: “mas como foi possível você estar aqui há tanto tempo sem que eu o tivesse lido?”

Pois é, isso acontece. O motivo? Sempre tem um livro a ser lido — às vezes dois ou três ao mesmo tempo — e alguns ficam na espera gostosa do depois e do momento mais adequado.

Por isso, neste ano resolvi fazer uma experiência: desci alguns livros dos galhos da minha árvore-biblioteca para finalmente poder lê-los, um após o outro.

Chegou o momento! E aqui, sim, vou citá-los com seus criadores; afinal, me aguardaram pacientemente.

Fiz uma pilha com eles e cheguei até a sentir a vibração de suas páginas já folheadas e namoradas. Fiquei a pensar: o que me espera em Corda bamba, da Lygia Bojunga, presente da minha madrinha literária, da Academia de Letras de Teófilo Otoni, quando nos encontramos em uma barbearia cheia de livros, ao me apresentar ao proprietário, seu amigo? O que dizer de Claro enigma, do nosso poeta maior Carlos Drummond de Andrade, uma das minhas aquisições nascidas daquela vontade de sorver poesia? E a Poesia completa de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, o meu poeta maior, e o meu grande preferido dentre eles, companheiro de memórias felizes, luzes e palco? O palhaço e o psicanalista, do Cláudio Thebas e Christian Dunker, certamente me alimentará e contribuirá muito para o meu trabalho de Biblioterapia. O Livro do Desassossego, também de Fernando Pessoa, mas através do ajudante de guarda-livros Bernardo Soares, o qual pode ser aberto aleatoriamente em qualquer página, mas que eu resolvi lê-lo do início ao fim para só depois retornar dessa forma apaixonante e algumas vezes já experimentada. Na lista também está O cão dos Baskervilles, de Sir Arthur Conan Doyle, com um clássico de Sherlock Holmes a demonstrar versatilidade de estilos. Múltipla escolha, da Lya Luft e Amor que faz o mundo girar, de Ary Quintella, representantes da nossa literatura contemporânea e histórica, as quais gosto muito. E O vermelho e o negro, de Stendhal, ao marcar a minha leitura preferida: a clássica.

Aí estão alguns dos meus livros para 2025. Há outros, alguns já lidos neste início de ano, como O corcunda de Notre Dame, do Victor Hugo, e De mãos dadas, de novo do Cláudio Thebas, porém com coautoria de Alexandre  Coimbra Amaral, ao me conduzir literalmente pela mão no momento mais delicado da minha vida até aqui… Sim, livros são fontes salvadoras a nos darem colo também! Outros ainda estão nos galhos da Árvore à espera da descida. Mas para que melhor possam saber do que se tratam estes, transcreverei a sinopse de cada um deles para, quem sabe, ter a sua companhia na leitura. Caso isso aconteça ficarei feliz. Se não, também fico feliz em poder plantar uma semente no coração de quem se prontificar e germiná-la.

Vamos lá e ótima escolha.

CORDA BAMBA (LYGIA BOJUNGA)

Lygia Bojunga se aventura pelas veredas da imaginação infanto-juvenil e arma sobre o jovem e respeitável público a lona de seu circo de surpreses e encantamento, apresentando-lhe esta CORDA BAMBA, através da qual Maria, filha de equilibristas, e ela mesma artista de circo, resolve viajar para dentro de si mesma. Viver na corda bamba — é como o imaginário popular define a existência de quem tem que enfrentar desafios diários para sobreviver. Assim caminha Maria em busca de seu próprio equilíbrio, abrindo as portas do passado e recompondo-se dos dramas que marcaram sua infância circense.

CLARO ENIGMA (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

“E como ficou chato ser moderno. / Agora serei eterno”, escreveu Drummond em um poema do livro Fazendeiro do ar, de 1954. Mas esse distanciamento da atitude poética modernista — com tudo que ela continha de euforia, rebeldia e otimismo — vinha de antes. Mais precisamente, deste Claro enigma, publicado em 1951, quando o autor se aproximava dos 50 anos de idade. Daí a obra ser considerada um marco de sua maturidade filosófica e poética. Os recursos da poesia moderna passam a conviver com formas fixas, entre elas os sonetos, e com esquemas de rimas e metros clássicos na língua portuguesa, como a redondilha, o decassílabo e o alexandrino. O tom jocoso, muitas vezes presente nos livros anteriores, se trona aqui predominantemente grave e elevado. Como a contradição dos termos no título do livro já sugere, Drummond não buscava um simples retorno à ordem. Um sentido de incompletude, de insolvência, presente em vários poemas, corrói qualquer ilusão de estabilidade. Claro enigma demonstra, acima de tudo, qual a naturalidade, longe de representar um ponto de vista fixo e seguro, recoloca em outro patamar as inquietações e angústias da juventude.

POESIA COMPLETA DE ALBERTO CAEIRO (FERNANDO PESSOA)

Alberto Caeiro configura uma verdadeira revolução na trajetória de Fernando Pessoa. O heterônimo, que surgiu em março de 1914, quando Pessoa tinha 25 anos, se consagrou pelo estilo singular e bucólico, capaz de aliar pelos aparentemente opostos como simplicidade e profundidade. Em versos que surpreendem pela clareza, Caeiro nos conduz por um universo composto de pedras, árvores, flores e montanhas, e defende que as sensações provocadas pelo contato com a natureza são indiscutivelmente superiores ao pensamento lógico e racional.

O PALHAÇO E O PSICANALISTA (CLÁUDIO THEBAS E CHRISTIAN DUNKER)

Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, de psicanalista e palhaço todo mundo tem um pedaço. Christian Dunker e Cláudio Thebas abordam neste livro, com bom humor e profundidade, um tema comum para ambos os ofícios: como escutar os outros? Como escutar a si mesmo? E como a escuta pode transformar pessoas? Mesclando experiências, testemunhos, casos e reflexões filosóficas, os autores compartilham o que aprenderam sobre A ARTE DA ESCUTA, um tema tão urgente no mundo atual, onde ninguém mais se escuta.

LIVRO DO DESASSOSSEGO (FERNANDO PESSOA)

O narrador principal das centenas de fragmentos que compõe este livro é o “semi-heterônimo” Bernardo Soares. Ajudante de guarda-livros em Lisboa, ele escreve sem encadeamento narrativo claro e sem uma noção de tempo definida. Os temas não deixam de ser adequados a um diário íntimo: a elucidação de estados psíquicos, a descriação das coisas através dos efeitos que elas exercem sobre a mente, reflexões sobre a paixão, a moral, o conhecimento. Nesta nova edição, o pesquisador Richard Zenith estabelece nova ordem, acrescenta trechos recentemente descobertos e descarta outros que só depois da digitalização do acervo do autor puderam ser corretamente compreendidos — a caligrafia difícil dava margem a inúmeros equívocos. “O que temos aqui não é um livro, mas sua subversão e negação”, escreveu Zenith na introdução. Livro fundamental para a compreensão da extensa influência de Pessoa na criação da noção contemporânea de indivíduo, suas páginas revelam o gênio de um autor no seu auge.

O CÃO DOS BASKERVILLES (SIR ARTHUR CONAN DOYLE)

Entre as aventuras de Sherlock Holmes, poucas atingiram o nível de popularidade de O cão dos Baskervilles, várias vezes filmado. Mais que uma história de detetive, é uma profunda incursão no terror — e assim tem sido encarada pelos inúmeros leitores, que releem incansavelmente estas páginas magistralmente elaboradas. Neste romance, além da perfeita caracterização dos personagens e de sua psicologia, Sir. Arthur Conan Doyle preocupou-se em criar toda uma atmosfera de pavor e mistério. O cão gigantesco, que parece saído do próprio inferno para executar a maldição dos Baskervilles, é uma criação verdadeiramente inesquecível. Por as vez, Sherlock Holmes tem de lançar mão de toda a sua capacidade de raciocínio e dedução para encontrar a solução do enigma. A velha mansão, a paisagem lúgubre e desolada, o perigoso pântano, tudo contribui para situar o jovem herdeiro dos Baskervilles num ambiente de pesadelo. Ao apaixonar-se pela irmã do naturalista Stapleton, está ele, sem saber, envolvendo-se ainda mais numa trama sinistra. Do pântano chegam os uivos do cão, que, à noite, ronda ameaçadoramente a casa, cercado de uma luz sobrenatural. A qualquer momento, o último dos Baskervilles sucumbirá ao peso da maldição, enquanto Sherlock Holmes, que deveria salvá-lo, estranhamente não dá sinal de presença. O cão dos Baskervilles é leitura imprescindível para os iniciados no gênero.

MÚLTIPLA ESCOLA (LYA LUFT)

A vida é um cenário com um palco e com muitas portas, e diversas maneiras de encarar esse jogo: como um trajeto, um naufrágio, um poço, uma montanha. Somos, em parte, resultado das nossas próprias decisões. Em Múltipla escolha, Lya Luft pondera sobre alguns mitos enganosos da nossa cultura, que, embora criados por nós, dificultam nossa tarefa existencial. Os homens desde sempre criaram mitos para explicar o que não poderiam entender: nascimento e morte; nossos impulsos mais sombrios; o desejo de eternidade. No entanto, Lya Luft mostra que muitos desses mitos fundadores se modificaram na nossa sociedade moderna e faz neste ensaio uma profunda reflexão sobre o que ela chama de “nossos enganos”, os mitos modernos criados para abafar a angústia e disfarçar a futilidade do nosso dia a dia. Um exemplo disso é a suposta liberdade que alcançamos. Longe de uma sociedade livre, somos, nessa nossa cultura impositiva tão cheia de obrigações, prisioneiros padecendo do que a autora chama de síndrome do “ter de”. Da busca pela eterna juventude à ética na política, passando pelas transformações de família, Lya Luft mostra quanto estamos enredados em práticas opressoras e que é importante assumir as rédeas de nossa vida e o caminho da nossa sociedade e cultura.

AMOR QUE FAZ O MUNDO GIRAR (ARY QUINTELLA)

Cento e cinquenta anos se passaram desde que Anita Garibaldi se tronou heroína de dois mundos. O tempo, longe de apagar sua memória, se encarrega de engrandecê-la. Neste texto forte de Ary Quintella, a filha do tropeiro da pequena Laguna vai crescendo como se fosse uma bola de neve capaz de encher, com sua vida, uma das mais belas páginas da história. Amor e guerra ocupando o mesmo espaço e o mesmo tempo, eis a curta e eterna trajetória de Anita Garibaldi.

O VERMELHO E O NEGRO (STENDHAL)

Publicado em 1830, O Vermelho e o Negro é apontado como um dos pioneiros do realismo mundial. Nesta obra-prima, Stendhal nos apresenta Julien Sorel, um humilde carpinteiro cheio de ambições, entre as quais integrar o Exército de Napoleão. Seu sonho, no entanto, cai por terra junto com o império napoleônico. A partir daí, sua luta pela ascensão é impulsionada por um misto de engenhosidade, carisma e hipocrisia, o que de fato faz com que Sorel passe a viver com a burguesia e a aristocracia. Nesse novo mundo, sua vida se transforma em uma torrente impelida pelo amor, pela traição e pelo espírito de vingança.

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Bem, aí estão alguns dos livros a serem lidos por mim neste ano. Espero que eu tenha contribuído um pouco para o seu interesse e que eles os incentivem também à leitura. Escreva nos comentários se já leu algum deles e o que achou. Se quiser, indique outros de sua escolha e vamos ampliando essa grande paixão pelos livros e seus autores e autoras.

Forte abraço e até a próxima.

BIBLIOTERAPIA E ENCADERNAÇÃO TÊM A VER?

Por Leandro Bertoldo Silva

Biblioterapia e encadernação têm a ver?

Só tem! Biblioterapia é uma forma de cuidar das emoções por meio das histórias literárias. Uma das maneiras de potencializar esse encontro em nós é a prática da dinamização. Um excelente recurso para isso é a escrita à mão, tamanha sua capacidade de libertação dos sentimentos. E é aí que entra a encadernação. Escolher um caderno que combine com você, que tenha a sua personalidade ajuda muito nesse processo.

Vamos explicar melhor!

Um dos componentes biblioterapêuticos existentes é a catarse. Trata-se de uma reação inconsciente do indivíduo considerada uma espécie de limpeza profunda seguida de um estado de leveza que gera um sentimento de alívio.

É possível alcançar esse estado de catarse ao entrarmos em contato com uma poesia, um conto, uma crônica. É por esse motivo, inclusive, que muitas histórias nos fazem chorar, rir e, a partir delas, nos identificamos com personagens, sensações e situações vividas.

Mas não fica por aí…

Para tudo isso acontecer de forma ainda mais profunda, é salutar exteriorizar essas percepções. É onde a escrita exerce profundamente o seu papel transformador, porque, além de movimentar áreas do cérebro e estimular a criatividade, escrever à mão é também uma forma de demonstrar carinho e guardar lembranças. Essa prática tem muito a dizer sobre o que somos e como enxergamos o mundo, a partir do momento que a nossa caligrafia reflete não apenas a nossa personalidade, como nossa trajetória e até mesmo aquilo que sentimos.

Dito isso, você bem pode escrever em qualquer lugar, até mesmo em guardanapos… Mas eu garanto que a experiência será completamente outra se você escrever em um caderno especialmente reservado para isso. Duvida? Experimente beber o melhor dos vinhos em um copo de plástico… É exatamente essa a correlação.

Se essa sintonia entre o escrever à mão e o caderno se faz presente, imagina escrever em um caderno feito por você! Na nossa vivência de Biblioterapia e Arte, na Tenda Literária, na Árvore das Letras, você pode confeccionar o seu próprio, dando ainda mais sentido a sua escrita. Separar os papéis, as cores das linhas para combinar, furar, costurar e decorar torna-se um complemento das descobertas vividas nas histórias lidas e nos momentos de fala e escuta afetuosa.

Neste mês de fevereiro estaremos a promover mais um encontro presencial de Biblioterapia e Arte, onde associaremos a leitura, a importância da palavra e do que verbalizamos, a escrita e a confecção de um caderno artesanal onde você poderá expressar toda a sua individualidade e compartilhar esse momento com outras pessoas.

Caso você não more em Padre Paraíso, mas gostaria de apoiar o projeto Biblioterapia e Arte na Tenda, entre em contato.

Você também pode clicar AQUI e ter mais informações.

Será um prazer falar com você!

Forte abraço e até a próxima!

BIBLIOTERAPIA E ARTE: UMA FORMA DE CUIDAR DO SER

Por Leandro Bertoldo Silva

Imagine um lugar onde as suas ideias e pensamentos são respeitados…

Um lugar acolhedor onde as palavras são ouvidas com carinho sem qualquer tipo de preconceito…

Onde é possível falar de sonhos, desejos, alegrias, mas também de dores e se sentir abraçado e compreendido…

Um lugar, enfim, onde é permitido se emocionar pelo simples fato de expressar sentimentos, não apenas verbalmente, mas artisticamente, com confiança e segurança…

A Árvore das Letras, por meio de sua Tenda Literária, na cidade de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, se transformou nesse lugar. Realizamos um encontro de pessoas onde, por 4 horas, vivenciamos a Biblioterapia e Arte na prática.  Este mês de janeiro de 2025 realizamos o primeiro de uma série de 6 eventos presenciais.

Falaremos sobre isso mais adiante, inclusive em como você pode participar e ser um apoiador dessa ideia e iniciativa. Mas antes, você sabe o que é Biblioterapia?

Segundo a professora e especialista Clarice Fortkamp Caldin, Biblioterapia é o cuidado com o desenvolvimento do ser humano por meio das histórias literárias, sejam elas lidas, narradas ou dramatizadas. Isso quer dizer que Biblioterapia é uma forma diferente de lidar com a literatura ao ampliar muito o seu olhar para além da intelectualidade e do didatismo. O foco aqui é o cuidado consigo e com o outro.

Segundo Clarice, BIBLIO não diz respeito ao livro em si, mas ao conteúdo ficcional que ele representa como se fosse a “capsula” que contém o “medicamento”, ou seja, as histórias, cujos princípios ativos são as metáforas que nos levam à reflexão. Lindo, não é? E TERAPIA? Ah, essa quer dizer o cuidado com o outro, ou “a arte de cuidar do ser”.

É importante dizer uma coisa: existem algumas formas de abordagem biblioterapêutica, mas duas delas se evidenciam, uma clínica e outra chamada de desenvolvimento ou educacional. A Biblioterapia clínica é uma ciência que auxilia a medicina psicoterápica. Portanto, seu agente é um profissional de saúde, como um psicólogo, que após diagnósticos clínicos e específicos individualizados indica leituras como tratamento.

Não é esse o trabalho que realizamos na Árvore das Letras. Nós atuamos na Biblioterapia de desenvolvimento, ou seja, a Biblioterapia de grupo, na qual a literatura é vista como progressão humana a partir do momento onde é possível viver e contemplar, através das histórias e personagens variadas, a plenitude da sua condição. Um lugar onde é possível transformar-se integralmente no outro a partir das personagens fictícias ao vivenciar outros papéis e se identificar com situações a refletirem as suas próprias experiências e examinar os seus pensamentos e atitudes, o que auxilia no processo de autodescoberta.

Mas como isso é possível na prática?

Bem, primeiro é preciso enxergar como a arte se relaciona no meio de tudo isso. Apesar da Biblioterapia se servir predominantemente da literatura para se manifestar, há nela a correlação de outras artes, como a pintura, a música, a dança, a colagem, entre outras, mostrando que há entre todas essas expressões pontos intrínsecos e comuns em um mesmo espaço de manifestação.

Basta levarmos em conta que em cada conto lido, em cada poesia apreciada, seja pela leitura ou audição, em cada crônica ou lenda descoberta, há uma imagem que a traduz e uma musicalidade que melhor a representa.

Dito isso, é exatamente aqui que o nosso processo de Biblioterapia atua, com o objetivo de proporcionar aos participantes o contato com a literatura, retirando dela componentes que, a partir da inserção de outras artes, permite trabalhar as emoções, ativar a imaginação ou fazer uma reflexão.

Novamente citamos Clarice Caldin: “Uma história lida, contada ou dramatizada, deve, antes de tudo, ter uma boa composição dos fatos, isto é, um enredo que propicie o despertar e o apaziguamento das emoções. Para isso, é necessário escolher textos de qualidade estética, em que predomine o literário e não apareça o didático”.

Dito isso, passamos a relatar de forma objetiva como é uma prática de Biblioterapia e Arte, como a ocorrida na Árvore das Letras neste início de 2025, onde trabalhamos com a temática “Sonhos e objetivos: qual o nosso lugar no mundo?”

A CHEGADA

A Biblioterapia já inicia na recepção com um acolhimento afetuoso e um olhar carinhoso. Busca-se envolver os participantes a compreenderem esse lugar de cuidado, onde todos se encontram no mesmo grau de atenção. Na Biblioterapia não existe obrigatoriedades ou preferências, preconceitos ou julgamentos. Para isso iniciamos de forma a proporcionar fluidez, relaxamento e familiaridade nas apresentações.

A HISTÓRIA COM POTENCIAL TERAPÊUTICO

A partir de uma temática proposta e do exercício da escuta, os textos são escolhidos buscando sempre a presença da metáfora e da linguagem simbólica. A partir da leitura, busca-se elaborar perguntas para estimular a discussão e provocar a interação do grupo. Utilizamos muito em nossa abordagem, mesmo com adultos, textos da literatura infantil repletos de significados.

O EXERCÍCIO DA ESCUTA

Busca-se nesse momento escutar não apenas com os ouvidos, mas com o coração, sem exercer nenhum tipo de poder ou verdade. O que interessa não é nunca o que o autor quis dizer ou a visão dos facilitadores, mas o que cada um sentiu ao ler ou ouvir a história apresentada, sem se sentir ameaçado por qualquer natureza, fortalecendo os sentimentos, histórias pessoais e memórias que foram despertadas.

A DINAMIZAÇÃO

A dinamização acontece na medida em que se utilizam atividades que vão potencializar o efeito terapêutico do texto e favorecer a interação das experiências compartilhadas. A partir da temática do encontro, são pensadas atividades lúdicas ou outro tipo de intervenção que possa ser feita de forma criativa. Para a nossa abordagem sobre sonhos e objetivos de vida trabalhamos com a pintura orgânica em cerâmica.

FECHAMENTO

Após a conclusão das atividades e de uma breve roda de comentários, é interessante que o participante possa levar uma lembrança do encontro, algo produzido por ele mesmo, a fim de reforçar a sua experiência e fortalecer positivamente as suas emoções e sentimentos.

E AGORA?

Agora é prepararmos para os próximos encontros. Uma vez a cada mês, a Árvore das Letras irá proporcionar uma tarde como essa, onde será possível abordarmos diferentes assuntos sempre com uma história a ser lida ou contada e uma expressão de arte confeccionada.

Veja na sequência os dias, meses e temas a serem trabalhados sempre de 14h às 18h.

  • 15 de fevereiro: O poder da palavra e do que verbalizamos;
  • 22 de março: Lembranças e memórias;
  • 26 de abril: mudança e transformação;
  • 17 de maio: crença e autoconfiança;
  • 14 de junho: desapego.

Você pode participar. É só entrar em contato conosco pelo email arvoredasletras@hotmail.com ou pelos números de WhatsApp (33)984627055 / (33)98404-2243 e saber das condições.

É de outra cidade e quer levar a Tenda Literária da Árvore das Letras e essa abordagem para o seu evento, escola ou ação? Entre em contato! Teremos muito prazer em conversar sobre isso.

SEJA UM APOIADOR / APOIADORA

Deixamos para o final uma parte muito importante. Você, seja uma empresa ou mesmo pessoa física de qualquer cidade ou estado, pode ajudar ao aderir uma das nossas cotas de patrocínio. Existe um valor individual para que o trabalho possa acontecer. Sempre disponibilizamos algumas vagas destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade social ou que não possuem no momento condições de arcar com os custos da Vivência. Isso porque acreditamos no poder transformador da arte, da palavra e da literatura e temos o desejo de beneficiar o maior número possível de pessoas.  Nem sempre é possível atender a todas que gostaríamos e é aí que você entra.

Você pode apadrinhar uma ou mais pessoas de acordo com as vagas disponíveis, seja uma criança, jovem ou adulto. O seu investimento proporcionará a pessoa ter a oportunidade de ser inserida nesse trabalho e se beneficiar de um momento de desenvolvimento pessoal e social.

Aproveitamos para agradecer ao Supermercado Caires Martins, à Farmácia Central e a Mundial Preço Fácil, ambas na cidade de Padre Paraíso, que contribuíram para que alguns jovens pudessem participar do primeiro encontro de 2025 e também dos próximos.

Ficou interessado? Deseja contribuir? Entre em contato que passaremos para você o nosso plano de marketing com todas as cotas e benefícios de patrocínio.

Finalizamos com as palavras de PETIT, 2013, p.47:

“A leitura às vezes faz surgir palavras no leitor, fecunda-o. Nesse diálogo, ele ou ela pode começar a dizer “eu”, a formular um pouco suas próprias palavras, seu próprio texto, entre as linhas lidas”.

Um forte abraço!

LEANDRO, POR QUE TRABALHAR COM ENCADERNAÇÃO EM UM MUNDO CADA VEZ MAIS DIGITAL?

Por Leandro Bertoldo Silva

Essa é uma pergunta recorrente hoje em dia. Como não estou sozinho nesse ofício — muito antes pelo contrário e ainda bem, tamanha a quantidade de pessoas boas a compartilhar dessa paixão — fui atrás de alguns dados que pudessem sustentar a importância desse trabalho e responder a essa pergunta.

Todos os seres vivos se comunicam de alguma forma, mas somente os seres humanos possuem o que chamamos linguagem, podendo essa chegar há mais de 50.000 anos. O que iniciou com uma linguagem gestual, evoluiu para a fala e depois para a escrita.

Mas você sabia que a atual geração está lentamente perdendo essa capacidade?

Está certo, tudo evolui! Hoje existem automóveis e não mais carros puxados a cavalo; não é mais preciso acender lampiões, basta acionar o interruptor de luz, ou mesmo a Alexa. A tecnologia está aí para melhorar tudo, não é isso?

Então… Precisamos conversar!

Com a era digital, a maioria das pessoas, principalmente os jovens, está perdendo o conhecimento de regras básicas de escrita. O problema não seria tão sério se esses conhecimentos, cada vez mais atrofiados, segundo estudos da Universidade de Stavanger, na Noruega, apontar que 40% vêm perdendo a fluência na caligrafia.

Só isso?!

Não! Além da caligrafia ilegível, do desconforto físico cada vez maior em escrever à mão, as pessoas estão possuindo pouca familiaridade para elaborar ideias mais complexas em textos e sequer conseguem construir frases coerentes e parágrafos significativos.

Ah, então você está a dizer que devemos abandonar a tecnologia e voltarmos aos tempos das pinturas rupestres?

É claro que não! A tecnologia é algo presente e é benéfica nas nossas vidas, veio para ficar e somente um louco a ignorá-la. Inclusive, ela é de muito auxílio a pessoas com algum tipo de limitação motora nesse campo mesmo da própria escrita e em outras atividades. O problema é quando fazemos uso abusivo dela sem necessidade justificável, tornando-a o único caminho e privando-nos de nós mesmos. Não é por acaso que especialistas (nem precisava ser) defendem e essencialidade de reservar um tempo para a prática da escrita à mão sempre que possível, alternando-a com a digital. Essa simples atitude pode nos salvar da extinção motivada pela preguiça cada vez maior de simplesmente “pensar”.

“Pensar para quê se a IA faz isso para nós”?

Bem, a Inteligência Artificial até pode resolver também esse problema cognitivo, mas a custo de ver perder algo que nos acompanha há milhares de anos: a nossa própria capacidade humana de criar, de nos comunicarmos e existirmos. É isso que queremos?

Deixo aqui essa pergunta, mas quero dizer o seguinte: sou um defensor da tecnologia. A utilizo, e muito, em meus trabalhos, inclusive na encadernação. Onde vocês acham que faço os meus projetos, desenhos de cadernos e livros? Estamos aqui neste blog, não estamos? Também possuo redes sociais…

Apenas defendo a possibilidade de caminharmos de mãos dadas com todos os recursos tecnológicos, sem perder a nossa condição de ser gente, a nossa habilidade de pensar, de sentir, por nós mesmos, o mundo maravilhoso que nos cerca.

E como é bom registrá-lo não apenas em selfie… Podemos fazer isso em algo saído de nós, com a nossa individualidade e personalidade. E isso a escrita à mão nos proporciona. Duvida? Experimente!

Não por acaso coloquei na ilustração desse texto imagens dos nossos cadernos costura Copta com diferentes revestimentos e estampas. Lindos, duráveis, resistentes e perfeitos para as suas criações, além de ajudarem a resolver esse sério problema.

Caso queira aprimorar a experiência da escrita à mão e ter um dos nossos cadernos, é só entrar em contato com a gente. Podemos ajudar.

Forte abraço!

CARO 2025

Por Leandro Bertoldo Silva

Caro 2025…

Sabe de uma coisa? Decididamente eu não queria ser você! Puxa, como deve ser difícil carregar o mundo nas costas! Bilhões e bilhões de pessoas em todos os cantos e recantos do nosso globo terrestre depositam na sua conta todas as suas esperanças, pedidos de sucesso, alegria, paz, luz, muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender. Se bem que as coisas estão tão esquisitas ultimamente com tanta correria, stress, comidas enlatadas, refrigerantes e excessos de todos os tipos que fazer uma reservinha de saúde não faz mal para ninguém…

De toda forma, você é muito incompreendido. Se as pessoas estão sem tempo, te culpam por passar rápido demais; se estão deprimidas ou passando por algum mau momento, te responsabilizam pela lentidão dos seus dias. Haja paciência! Para uns você é maravilhoso, para outros você é só o pó da rabiola… (ainda vou verificar a origem desse termo).

Sabe, 2025, eu fico aqui a pensar como você é paciente. Eu não aguentaria um terço do que você aguenta. Credo, como as pessoas são inconstantes! Inconstantes e contraditórias, para não dizer ingratas. É isso mesmo! Veja: no último dia do ano velho, as pessoas já te saúdam, se vestem para te esperar, a maioria de branco, soltam fogos (infelizmente para os cachorros), bebem, comem, cantam e dançam tudo para você. Mas, 2025… Desculpe a sinceridade, mas como diz Fernando Pessoa, “tudo isso é falso, tudo isso não quer dizer nada”! Tão logo os seus dias passam e, sem que se perceba, é você a ser ignorado. E aí não tem jeito. Todo aquele glamour, todas as taças, todos os brindes já era. E você, 2025, como vai ficar? Você que recebeu todos os pedidos, todas as promessas, todas as flores, até ondas pularam em seu nome… Pois é, vai ser chamado de ano velho, vai caducar e ficar na história.

Sabe o que é pior disso tudo? É o fato das pessoas depositarem em você a responsabilidade que são delas. Veja bem, muita gente não planeja os seus dias, as coisas se acumulam e a culpa é sua. Essa mesma gente faz mais promessas do que podem cumprir nas intermináveis listas de “ano novo”, você, 2025! Daí, lógico, não cumprem e quem é o culpado? Você de novo… Quem mandou ser tão curto? Outros até não fazem listas, pedem pouca coisa, querem ser objetivos, mas vivem numa procrastinação medonha e quando finalmente resolvem cumprir as promessas já não têm mais tempo. Quem é o culpado? Você, lógico! Sempre você.

É, 2025, eu realmente não queria estar no seu lugar. Oh, e agora? Quem poderá te defender??

Eu!

Ahá!! Pensei tanto no seu problema, que eu criei o Caderno de planejamento semanal, uma forma de ajudá-lo a ajudar as pessoas a se organizarem. É preciso fazer uma revolução! Abaixo o comodismo! As injúrias contra o ano, os xingamentos, as decepções criadas pelas próprias pessoas ao não gerirem bem o seu tempo! Iurru!!

Veja, 2025, a minha criação e a maneira que irei me dirigir às pessoas.

Vou dizer assim:

2025 já iniciou e junto dele uma jornada de boas ideias, projetos, eventos, encontros nos esperam. Para que tudo isso possa acontecer de forma prazerosa e satisfatória é preciso planejar, organizar os momentos com criatividade e clareza.

É por isso que gostamos tanto nessa época de oferecer o Caderno de planejamento semanal, que esse ano ganha opções de cores para a vida ficar mais alegre.

Olha só os benefícios que encontrará!

– Eficiência: economize tempo organizando sua semana de forma simplificada, clara e objetiva em páginas minimalistas e intuitivas.

– Criatividade: libere seu potencial criativo ao decorar sua própria capa que, dessa vez, deixamos em branco, apenas com uma tarja fantasia, para você, se quiser, fazer do seu caderno algo realmente só seu. Além disso, você pode utilizar as páginas em branco (Sim, também tem!) para registrar impressões, sentimentos, receitas, fazer colagens, desenhos e tudo que desejar.

– Leitura: o caderno possui um calendário do leitor para você marcar os dias que você ler e fazer dessa prática um hábito em 2025.

Os cadernos são feitos sob demanda e enviados para o seu endereço com frete grátis! Faça o seu pedido o quanto antes para aproveitar ao máximo o que ele pode oferecer.

O que você achou, 2025? Está persuasivo? Acha que as pessoas irão gostar? Eu espero que sim. Tanto porque, se elas gostarem e comprarem o caderno, vai aliviar muito o seu lado e eu vou até ganhar dinheiro, o que me fará um bem danado. Se bem que “ganhar” e um modo de falar. Na verdade dá um trabalho e tanto fazer os cadernos e o que acontece no frigir dos ovos (mais um termo a pesquisar) nada mais é que a lei do retorno. Mas, 2025, eu vou te contar um segredinho… Eu gosto “pra caramba” de fazer os cadernos. Enquanto corto, dobro, furo e costuro, fico a pensar em quantos sonhos, desejos, esperanças serão depositadas ali naquelas folhas que passam pelas minhas mãos. Daí sou eu que deposito votos de sucesso e alegria para quem os tiver.

E assim os seus dias vão passar e todos ficarão felizes.

Você só está no começo, mas já quero te agradecer por ser maravilhoso! Desculpe a sinceridade das palavras, tá? Mas a vida é assim.

Fico por aqui. Feliz ano novo, 2025!

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E aí, gostou do que leu? Então, que tal ajudar 2025 a ser um ano incrível e pedir o seu caderno de planejamento semanal? Ok… Vai ajudar a mim também, claro! Mas eu prometo uma coisa: vou fazer o seu caderno com muito carinho e ele também vai te ajudar bastante e, assim, será bom pra todo mundo. É só entrar em contato comigo aqui mesmo por esse blog ou pelo WhatsApp 33 98462-7055 que eu te digo quanto é e como podemos fazer, está bem?

Um abraço e feliz 2025!

HISTÓRIA DO LIVRO E DA ENCADERNAÇÃO – O LIVRO DE HORAS

Por Leandro Bertoldo Silva

Você já ouviu falar dos livros de horas?

Provavelmente, deve pensar: é um livro para saber as horas, certo?

Bem, digamos que, de uma certa forma, sim. Mas “há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe sua vã filosofia”, já dizia Horácio, em Hamlet, uma das mais famosas peças de Shakespeare.

Pois estava, ou melhor, estou eu lendo não Hamlet, mas O corcunda de Notre Dame, mais precisamente Notre Dame de Paris, para mim um título muito mais elegante e apropriado da célebre obra de Victor Hugo, outro monstro da literatura universal, que nada ou pouco tem a ver com as adaptações romanceada da Disney, quando me deparo com o termo “livros de horas”.

Se você já achou interessante, aproveite para enviar este artigo para um amigo ou amiga que, às vezes, como eu e você, também gosta de informações históricas, principalmente porque no final, como se verá, acrescentarei uma espécie  de “livro de horas literário” em infográfico, uma vez que estamos no início de 2025 e não queremos perder nada do que vem por aí, não é mesmo?

Mas… Como assim? Livro de horas literário em infográfico?! Vamos por parte!

Que eu amo ler não resta dúvidas, mas também sou um implacável curioso quando o assunto diz respeito a livros e suas histórias e, assim, lá fui eu em busca do termo lançado aos meus olhos.

Como o assunto também diz respeito ao meu ofício da encadernação, transcrevo aqui o resultado da minha pesquisa, na esperança de que possa ser-lhe útil. Se aumentar ao menos um pouco a cultura de quem ler, já me dou por satisfeito.

Então, vamos lá!

O livro de horas foi uma forma popular de livro de orações para leigos na Idade Média tardia e na Renascença. Ele indicava as preces e devoções adequadas a momentos específicos do dia e às estações do ano. Um livro de horas podia ser encomendado por um patrono rico para se adequar ao seu gosto e práticas religiosas. Com frequência, eram personalizados com ricas iluminuras. Eram objetos de luxo, portáteis e geralmente escritos com caracteres latinos ou góticos, exemplificando a crescente produção de livros para leitores leigos instruídos. Os livros de horas sugeriam um envolvimento privado e individual com o texto.

Um exemplo espetacular e magnificamente ilustrado foi “Les três riches heures du duc de Berry”, produzido no século XV para João, duque de Berry (1340-1416), irmão do rei Carlos V da França, entusiasmado bibliófilo e patrono das artes. Os irmãos Limbourg, flamengos,  começaram a iluminar o livro em 1411, mas o trabalho levou anos e, quando da morte do duque, em 1416, ainda estava incompleto. O trabalhou prosseguiu na década de 1440 com o artista flamengo Barthélemy d’Eick (c. 1420-após 1470), e foi completado sob o patronato de Carlos, duque de Savoia (1468-1490), por volta de 1485.

As miniaturas do livro combinam cenas pitorescas da vida da corte e imagens sagradas. No estilo gótico franco-flamengo do período, retratam roupas da moda, os passatempos dos cortesãos e o trabalho dos camponeses em vários momentos do ano agrícola. Os irmãos Limbourg usaram vários pigmentos. Extraiam o verde da malaquita húngara, o azul do lápis-lazúli moído do Oriente Médio, e o vermelho de uma combinação de enxofre e mercúrio. O texto latino, produzido em formato grande, foi colocado em duas colunas e escrito em letras góticas negras, com iniciais e finais de linha decorados. O livro continha um calendário com dias de santos e de celebração religiosas, trechos dos evangelhos, preces, salmos, litanias e uma série de missas para os dias sagrados.

Depois da morte de Carlos de Savoia, o livro desapareceu, mas ressurgiu no século XIX, depois de ter sido encadernado em couro vermelho pela família Spinola, de Gênova, durante o século XVIII. Em 1856 foi comprado pelo duque de Aumale, filho do rei Luís Felipe da França, e, desde então, é mantido no Château de Chantilly, perto de Paris.

(Fonte: Livro uma história viva – Martyn Lyons).

Bem, aí está um pouco da história do livro de horas. Como dito, entre aspectos religiosos, o livro continha datas importantes que eram seguidas pela população daquele século.

Pensando nisso, já que estamos no início do ano, deixo aqui não um livro, mas um infográfico com algumas datas, porém literárias, que fazem a alegria de todos nós leitores.

Espero que essas datas sejam muito comemoradas por você. Eu, certamente, irei!

Caso você também queira ficar por dentro dos eventos da Árvore das Letras, dos nossos livros e cadernos artesanais fique atento aos nossos posts e stories no Instagram https://www.instagram.com/arv.das.letras/

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Um forte abraço, feliz 2025 e até a próxima!

SOLITUDE

Por Leandro Bertoldo Silva

Crescemos ouvindo a sociedade dizer que se sentir só é uma espécie de fracasso, que devemos viver rodeados de pessoas porque se assim não for temos problemas sérios a resolver. Isso pode ser considerado até certo ponto quando a vida nos coloca em situações de verdadeiro xeque-mate, ou seja, aquela situação não tão inesperada assim, muitas vezes previsível — estava ali se quiséssemos enxergar —, mas deixamos o vento soprar, mesmo sem estar muito de acordo.

Muitas vezes, pelo medo de estar só, abrimos mão de valores não tão necessários para os outros, mas extremamente importantes para nós. Pensar nos outros é saudável, altruísta, bonito. Mas até onde pensar nos outros nos torna órfão de nós mesmos? Mas calma, muita calma! Não estou a dizer que devemos ser egoístas, embora se soubermos ser só um pouquinho não há mal nenhum nisso, muito antes pelo contrário. Esse se tornar órfão de si mesmo, algo tão negativo para a maioria, pode ser o princípio de uma liberdade, a partir do momento que passamos a também pensar em nós de uma forma um pouco diferente, mais autêntica e verdadeira, sem a necessidade da aprovação do outro o tempo todo, mesmo os mais próximos.

A vida é contraditória e, por isso mesmo, encantadora. A partir do momento que sentimos uma grande perda, passamos a ver o quão efêmera ela, a vida, é. E, por isso, ganhamos mais presença de nós. Passamos a nos acolher com mais carinho e a descobrir e redescobrir muitas coisas, inclusive a beleza da nossa solitude, essa capacidade consciente de estar só, mas sem associação de tristeza e dor.

Estar em estado de solitude é poder admitir a própria solidão como a mais linda presença. É quando olhamos o nosso interior e nos damos a oportunidades de aceitar quem somos, o que gostamos, o que queremos e não queremos, nossas forças e fraquezas e deleitar-se com isso como em um jogo da verdade onde só ela existe.

Ninguém é obrigado a concordar conosco, mas nós também não somos obrigados a concordar com o mundo.

Esse sentimento é libertador porque nem sempre estar rodeado de pessoas não nos priva da solidão. Porém, essa é um pouco diferente da outra, nossa, necessária. Àquela aprisiona, essa nos reconecta. Que aprendamos a buscar as pessoas não para fugir de nós mesmos, mas para compartilhar até onde for necessário. Que aprendamos a soltar. A vida é água que flui livremente entre os dedos e muitas vezes só temos as nossas próprias mãos.

ESPERANÇA

Por Leandro Bertoldo Silva

Quero fazer dos meus olhos mentira
Para acordar igual a um passarinho
Ouvindo ao longe, bem longe do ninho
O que o cansaço fadiga e suspira.

Oh, mar de gente, de sangue e de ira!
Torpe desejo de espúrio caminho.
Faça-me livre de seu escarninho.
Não me embandeire; seu ardil não me inspira.

E nesta febre que (se)invade – há jeito?
Saudades tenho as que me recordo
Quando, feliz, dormíamos no leito.

Há de chegar o dia em que a bordo,
Mesmo a noite sendo em meu peito,
Desta cingida nau outro me acordo.

TEMPO DE HISTÓRIAS E VIRTUDES – CONFRATERNIZAÇÃO 2024 DAS TURMAS INFANTIS DA ÁRVORE DAS LETRAS

Por Leandro Bertoldo Silva e Geane Matos
Vídeo: https://www.instagram.com/cleiton_fotografias/

A leitura é uma das melhores maneiras de salvar a humanidade e, por consequência, a nós mesmos. O motivo é muito simples: a leitura nos convida à empatia, essa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Uma vez que isso acontece por meio da catarse, da identificação e interiorização das histórias, personagens e suas abrangências de sentimentos, sejam amores ou dores, passamos a entender o outro profundamente em sua essência. É o suficiente para não mais existirem conflitos de qualquer natureza. Por conseguinte, a paz se instaura, a escuridão se finda e a luz se acende.

Ontem finalizamos as atividades das crianças das turmas Lygia Bojunga e Pierre André, da Árvore das Letras, onde mostramos como as várias virtudes trabalhadas ao longo do ano se mostraram nas histórias escolhidas e lidas por elas. Fidelidade, amor, temperança, polidez, pureza, generosidade, paciência, entusiasmo, doçura, misericórdia, responsabilidade, amizade, compaixão, perseverança, disciplina, prudência, bom humor, gratidão, simplicidade, justiça, trabalho, humildade, tolerância e coragem fizeram-se presentes no final inesperado do Mapinguari, ao ensinar o caçador a verdade da vida. João da água mostrou o caminho das flores, enquanto o Sapo Sapeca, que vivia a pular e a chorar, encontrou o motivo do sorriso. O que dizer de uma menina que engarrafava nuvens descobrir o segredo da liberdade? E o amor, um dos mais nobre sentimentos, conseguiu, através de poucas palavras e muitos silêncios, mostrar a vitória da união em um estranho país onde falar pode custar muito caro.

Agradecemos a cada criança pelo convívio-oásis e convívio-arco-íris que nos proporcionaram, ao tornar nossas semanas momentos de esperança no futuro. Obrigado a cada pai, mãe, avós, irmãos, tios e demais responsáveis pela confiança em nosso trabalho e por acreditarem em tudo isso. Como Phileas, personagem do livro “A Grande Fábrica de Palavras”, guardamos também, entre centenas de cocozinhos de cabrito e puns de coelhos, uma palavra para que desperta nosso desejo e também das crianças para o ano que vem. Sabe qual palavra é?

MAIS!!