Como você lida com os seus sonhos? Você os revela para as pessoas ou guarda para si até que eles aconteçam?
O poeta e escritor moçambicano Mia Couto tem um pensamento que diz: “O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar, a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro”.
Acontece que muitas vezes encontramos pela estrada pessoas que nos desencorajam àquilo que sonhamos, e aí nós temos dois caminhos: ou acreditamos nelas ou em nós…
Se acreditarmos nelas, passamos a achar tudo mais difícil, inalcançável e até mesmo impossível… O que era força transforma-se em fraqueza.
Você já viveu algo parecido?
Felizmente há uma saída para essa armadilha. A própria imagem de “carregar água na peneira” pode representar positividades. Ela nos convida a refletir sobre nossas próprias tentativas de alcançar objetivos e o prazer de superar nossas limitações, porque, sim, é possível quando acreditamos!
É claro que as coisas não acontecem como mágica, mas a esperança e a persistência são importantes. Mesmo quando os resultados não são imediatos, lembre-se que tudo tem um tempo de semeadura, plantio e colheita.
Saber esperar com ação e paciência às vezes é o mesmo que carregar água na peneira. É preciso ter coragem de tentar, de seguir em frente, mesmo diante de obstáculo que parecem impossíveis.
Pense: Quais são as suas peneiras? Você se permite carregar água nelas?
Para ajudar nessa reflexão, deixo aqui a poesia “O menino que carregava água na peneira”, de Manoel de Barros, na belíssima interpretação do contador de histórias Pierre André, a partir do livro “Exercícios de ser criança”, de Manoel de Barros, ilustrado com bordados das irmãs Ângela Antônia Marilu Martha e Sávia Dumont a partir dos desenhos de Demóstenes Vargas, da Editora Salamandra, que valoriza a beleza do cotidiano, o valor das pequenas ações e a imaginação, elementos que podem fortalecer a autoestima tão importante para alcançar o que se deseja.
Essa poesia nos ensina que, muitas vezes, o mais importante não é nem o resultado final, mas o ato de sonhar, de acreditar e apreciar o caminho rumo a um novo dia…
Um belo e inspirador dia para todos.
Descubra mais sobre Por uma literatura de identidade própria - Escrever é costurar ideias com as mãos
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Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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Um comentário em “COMO VOCÊ LIDA COM OS SEUS SONHOS?”
Leandro Bertolo, escritor e poeta,logo cedo deparar-me lendo seu texto e ouvindo esta preciosidade “Exercício de ser criança “, não tem preço, só gratidão pela oportunidade em ler suas preciosidades.
Em dom, 7 de set de 2025 03:01, Por uma literatura de identidade própria –
Leandro Bertolo, escritor e poeta,logo cedo deparar-me lendo seu texto e ouvindo esta preciosidade “Exercício de ser criança “, não tem preço, só gratidão pela oportunidade em ler suas preciosidades.
Em dom, 7 de set de 2025 03:01, Por uma literatura de identidade própria –
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