A PSICANETA

Por Ricardo Albino*

Não estou maluco! Apenas fui convidado a psicografar uma viagem ao lado da minha caneta. Ao receber o convite para visitar a cidade da escrita e rever minha letra, em princípio dei risada. Depois, fechei os olhos, segurei de leve na pontinha da pretinha, como ela gosta de ser carinhosamente chamada, e voamos do papel. Cheguei a um lugar grande e colorido. Minha letra foi me vendo e logo perguntou:

— Lembra-se de mim, Ric?

Tomei um susto! Apesar do tempão que a gente não se encontrava pessoal e manualmente, ela estava igual aos tempos de escola. Cresceu só um pouquinho. Minha mão direita suava e a minha baixinha linda tremia na folha de emoção e raiva também. Escreveu meio desgovernada porque eu a troquei pela tecla do celular. Por isso solicitei a ajuda da psicaneta para explicar que o motivo da troca foi apenas visual para que eu pudesse enxergar melhor. Aos poucos, letrinha foi se acalmando e chamou todo o alfabeto para junto de mim e de minha nova caneta de estimação, para irmos à casa fabulosa da imaginação, onde moram livros e histórias de todos os tamanhos e estilos. Livros e histórias que amam voar até os corações do mundo pelas asas da Dona Arte.

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Ricardo Albino é jornalista, escritor, contador de histórias e correspondente da Árvore das Letras.

Quarta Literária é uma ação da árvore das Letras de fomento à literatura independente.

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2 comentários em “A PSICANETA”

  1. Essa história nasceu quando eu fiz uma viagem a cidade da escrita para matar saudade da minha letra que não via desde o tempo de colégio e ela reclamou a Psicaneta que eu havia lhe trocado pelo celular. Depois que a psicóloga das Letras lhe acalmou eu e o Leandro levamos as duas para ser título do meu segundo Livro Antologia da Psicaneta: Calmaria sem ponto final Publicado pela Árvore das Letras selo Alforria Literária em 2023 como lembrança da turma Lygia Fagundes Telles. Assim nascem as histórias e se consolida o amor entre as pessoas

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