Acordei cedo. Aquela sexta-feira haveria de ser diferente. Já em minha caminhada matinal fui absorvendo as boas energias daquele dia ao pressentir encontros e abraços antigos e a alegria comovente dos novos. Era o dia do reencontro. Mais a tarde seria o retorno da turma Lygia Bojunga, a reunião semanal de leitura com as crianças.
Não por acaso, o nome da turma ser exatamente da autora do livro A Bolsa Amarela, onde Raquel guardava todas as suas vontades e personagens inventados que iam crescendo, crescendo até a bolsa engordar. A turma, antes com Beatriz, Isabelle e Lorenzo, passou a ter a companhia de Júlia, Lara e Gabriela.
Preparamos, eu e Geane, tudo com muita calma, a sala, os livros, o violão para a nossa receptividade e relaxamento inicial, o tapete para as crianças se sentarem, os jogos associados às histórias e, claro, muito, muito carinho e alegria para que elas pudessem absorver e verdade daquele lugar de um modo diferente.
Talvez a nossa pretensão seja romântica demais. Talvez seja exagerada ou até louca para os dias de hoje. Não importa. Tudo o que desejamos é perceber as crianças enxergarem a leitura como um divertimento, como algo que vale a pena se debruçar, como um gosto do mais delicioso doce sem exagerar no açúcar e poder ser degustada sem moderação, uma amiga, uma companheira com as páginas sempre disponíveis a levá-las a um mundo mágico a fazer toda a diferença em seus futuros. Já nos damos por satisfeitos.
Bem-vindas, crianças! Era uma vez… Uma nova jornada já vai começar.
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É isso que acontece quando crianças descobrem a leitura e como ela é a coisa mais divertida do mundo. É preciso proporcionar outra forma de se relacionar com os livros e com as histórias… Acredite, isso é possível!
Forte abraço! Até a próxima.
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Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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4 comentários em “ERA UMA VEZ… UMA NOVA JORNADA JÁ VAI COMEÇAR.”
Se eu voltasse a ser criança seria mais um dessa linda turminha que só cresce graças a Deus. Um lindo ano pra vocês,boas histórias e cantoria
É isso aí amigo Leandro! Todas as vezes que nos permitimos se abrir para a vida ela se abre para nós! Assim ocorre com os livros!! Parabéns por essa linda iniciativa. As criancas merecem!! Paz e bem. Um abraço!
Se eu voltasse a ser criança seria mais um dessa linda turminha que só cresce graças a Deus. Um lindo ano pra vocês,boas histórias e cantoria
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Obrigado, meu grande amigo 🙂
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É isso aí amigo Leandro! Todas as vezes que nos permitimos se abrir para a vida ela se abre para nós! Assim ocorre com os livros!! Parabéns por essa linda iniciativa. As criancas merecem!! Paz e bem. Um abraço!
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Obrigado, minha amiga! Livros, crianças, amor… São energias que se juntam, não é mesmo?
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