
Por Luzia Maria.
Integrante da Vivência Novos Autores.
De uma viagem feita a Óbidos em Portugal em 2022.
Reza a lenda ou a história, não sei bem, que havia uma princesa que se tornou rainha de um reino tão, tão distante nos arredores de Portugal. Ela de chamava Isabel!
A menina ainda jovem já era pretendida por vários reis, devido a sua formosura e bondade.
O Rei Don Dinis apaixonou-se perdidamente pela bela princesa e foi o escolhido para com ela se casar.
Isabel, agora rainha, além de bela e formosa era de extrema bondade e simpatia.
Todos a admiravam e diziam:
— Nossa rainha Isabel é uma santa!
— Ela é misericordiosa com os que sofrem…
Outros ainda diziam:
— Ela dá de comer aos pobres e trata com carinho e respeito os mais humildes e necessitados.
— Parece uma criança feliz em meio aos miúdos, diziam.
E Isabel era assim mesmo, desse jeitinho. Alegre, caridosa, inteligente e muito bem quista por todos.
Todos os dias recolhia pães e outros alimentos do castelo, enchia sua cesta e saia feliz para distribuí-los a quem necessitava.
Afinal era o certo a fazer. Se o povo trabalhava para que o rei e a rainha fossem alimentados, nada mais justo que eles, o povo, também fossem sustentados pelo próprio trabalho.
Porém, o rei que não era muito sensível às demandas dos seus súditos, não se agradava desse gesto de sua amada rainha e passou a proibi-la de levar alimento do castelo para o povo…
— Minha amada rainha, doravante (afinal ele era um bom e velho português), não sairás mais do castelo a levar nosso alimento para o povo. Põe-te a meu lado sempre e esquece esse povo.
Isabel não era muito de aceitar ordens, mas era doce e ponderada. Ela encontraria uma forma de continuar alimentando o povo.
— Meu amado rei e senhor, temos tanto e nosso povo padece de fome. Crês que isso é justo? Enquanto temos tanta fartura o povo que nos alimenta nada tem para comer. Tudo lhes é tirado para que nós possamos nos esbaldar.
— Minha ingênua Isabel, sempre foi assim. E povo não pereceu. É a lei!
Mas a bela e bondosa rainha continuou seu trabalho de alimentar os mais necessitados. Sempre que podia e com ajuda de alguns empregados do castelo dava um jeito de estar com o povo alimentando-os.
Estes quando a viam se aproximar, choravam de alegria e lhes beijavam as mãos e os pés.
Isabel era, de fato, muito amada pelos súditos.
Um dia, já muito bravo com o comportamento da rainha, o rei resolveu seguir sua amada. E tão logo ela saíra do castelo o rei saiu sorrateiro atrás dela.
Isabel levava cestos e o avental repletos de pães, frutas e carnes
Em dado momento ele a alcançou e muito determinado lhe disse:
— Tantas vezes pedi, tantas outras ordenei e nada de me ouvires. Serei obrigado a mandar matar-te se estiveres em posse de alimentos do castelo. O que tens nos cestos e no avental? Vamos, dize já!
— Isabel, com receio de declarar que carregava alimentos tão aguardados pelo povo, pediu a Deus em uma breve prece e um olhar ao céu que a protegesse… Nesse instante saiu de sua boca…
— Meu senhor e rei, são flores.
Ao que o rei indagou
— Em pleno inverno? Onde ainda há flores em pleno inverno?
Ela, buscando as palavras disse.
— Certamente foram a últimas que tive a felicidade de encontrar e colher nos jardins ao redor do castelo, meu rei.
O rei não satisfeito quis ver e pediu que ela lhe mostrasse.
Ao que ela, sem hesitar, e não se importando com o que aquilo significaria, deixou cair o conteúdo do seu avental… e para surpresa de todos, inclusive da bela e bondosa rainha, caíram flores, as mais lindas e perfumadas já vistas naquele reino. E qual não foi a alegria, e o contentamento de Isabel e do seu rei.
Afinal o rei amava sua linda rainha. E de fato não desejava matá-la. O rei apenas não havia aprendido a compartilhar. Às vezes precisamos do exemplo que nos ensina.
E foi aprendida a lição. Milagres acontecem sim! Quando acreditamos e fazemos o que é certo os milagres acontecem.
________________________
Sobre Santa Isabel
Menina Isabel,
Rainha Isabel,
Isabel de Aragão, Rainha de Portugal,
Rainha Santa Isabel.
Reinou como rainha consorte de Don Dinis entre os anos de 1282 e 1325, em cujo castelo conheci na cidade murada de Óbidos em Portugal em 2022.
Foi beatificada em 1516 pelo Papa Leão X e canonizada em 1625 pelo Papa Urbano VIII e hoje é a padroeira da cidade de Coimbra.
Descubra mais sobre Por uma literatura de identidade própria - Escrever é costurar ideias com as mãos
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Linda demais!
Amei linda história e muito reflexiva muita gente não gosta de compartilhar com os outros mais ganha quem compartilhar ajudando as necessidades
alheias , Deus abençoe e ajuda essas pessoas boas .
CurtirCurtido por 1 pessoa
Maria, foi uma viagem de 25 dias pela Europa e o que mais me marcou foi essa história. Caminhar pelas ruínas do castelo e pelas ruas onde tudo isso aconteceu foi mágico pra mim.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Linda essa história, Luzia! Imagino a emoção 🙂
CurtirCurtir
Concordo com você, Sãozinha!
CurtirCurtir
Adorei !
Que linda linda história!
O gesto humano da Rainha de levar comida para o povo foi protegido pelo criador do céu e da terra, Jeová.
Jeová é ouvinte das orações, ou seja , ele sempre ouve e responde.
A Raínha na aflição orou a Jeová e este respondeu.
A comida transformou- se em flores, em pleno inverno.
Parabéns pelo lindo conto.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Gratidão, António Alexandre!
CurtirCurtir
Lindo texto. E nos faz refletir sobre o outro e a necessidade do mundo em pessoas corajosas e caridosas como a bela rainha.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Verdade, Claudilene! Gratidão 🙂
CurtirCurtir
Verdade, Claudilene!! Gratidão 🙂
CurtirCurtir