FUTURO INCERTO

Por António Alexandre
Angola

Olhei a minha volta e vi tudo natural

Mas tudo que vi me fez mal

Vi crianças descalças sem destino sem caminho

O tempo para elas passa e dos adultos não há nada nem carinho

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Vivo numa terra de abundância riqueza

Mas o povo conserva tristeza

O sofrimento perpétuo das crianças me atormenta

Na lixeira, nas ruas estão elas catando restos que não alimenta.

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Vejo os mais velhos comendo tudo até as sementes

De barrigas cheias nada deixam para as crianças

Vejo velhos e crianças sem alimentação

E refugiam-se ao  criador do céu e da terra como solução.

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Aqui trago mais uma vez a poesia de António Alexandre, um poeta sensível que se compadece das dores do mundo. Um dia viu quatro crianças a caminhar e a catar na lixeira algo para se alimentar. “Por que isso acontece em uma terra tão rica?” Que a poesia nos aponte uma resposta…

Forte abraço!

Até a próxima.


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4 comentários em “FUTURO INCERTO”

  1. Uma realidade social muito tocante! Poetisada pelo Dr. Antônio Alexandre, a quem endereço os meus parabéns pela forma como traduz esta triste realidade por forma a despertar o sentimentos de humanidade.
    Estamos juntos!

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  2. Uma triste realidade vivemos. Um futuro muito incerto mesmo!. Muitos são os que seguem dormindo e parece não querer plantar hoje as sementes do amanhã!
    Parabéns ao poeta Alexandre! Parabéns amigo Leandro Bertoldo por nos brindar cada manhã de domingo com esses licores de sabedoria! Um abraço!

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