Por Leandro Bertoldo Silva
Hoje o conteúdo vem em vídeo.
Eu preciso falar sobre isso…
Forte abraço!
Siga também nosso canal no YouTube.
Por Leandro Bertoldo Silva
Hoje o conteúdo vem em vídeo.
Eu preciso falar sobre isso…
Forte abraço!
Siga também nosso canal no YouTube.
Por Leandro Bertoldo Silva e Geane Matos
Dia 19 de setembro, às 14h30, na FLIM – Festa Literária Vale do Mucuri, na Praça Tiradentes, em Teófilo Otoni/MG, foi celebrado o lançamento do livro “Para sempre, amanhã”, publicado pela Árvore das Letras, através do selo Alforria Literária.
O livro é totalmente feito à mão a partir da paixão pela escrita e pelo desejo de guardar memórias e contar nossas histórias. Afinal, escrever é costurar ideias com as mãos.
Para quem nos conhece há mais tempo, sabe que a escrita, especialmente à mão, é a grande norteadora do nosso trabalho. Não por acaso, grande parte dos nossos livros ganharam seus primeiros esboços em cadernos, blocos de anotações e, acreditem, até em guardanapos de papel. E assim irá continuar.
Por isso, ao longo dos anos viemos nos aprimorando na confecção e produção de cadernos artesanais de diferentes costuras, totalmente autorais, feitos também à mão com técnicas de colagens nas capas, o que os tornam únicos e exclusivos para que as pessoas possam ter a melhor experiência de escrita e fazer aflorar sensibilidades afetivas.
Mas isso não é tudo!
Como eles sempre fizeram muito sucesso, o que nos deixa imensamente felizes, a Árvore das Letras tem agora a ENCADERNARIA, a nossa loja virtual!
Um antigo provérbio árabe já dizia que “A pureza da escrita é a pureza da alma”.
Isso quer dizer que escrever, além de uma forma de arte, é também uma forma de libertação.

É por isso que dedicamos tanto para a abertura de um espaço onde pudesse ficar mais fácil ter acesso aos nossos livros e cadernos artesanais de forma segura e confortável a todo e qualquer momento e não apenas nas feiras e eventos, como aconteceu na FLIM e tantos outros que realizamos.
Então, para ver como ela está bonita é só clicar no link abaixo e aproveitar para conferir alguns dos cadernos e livros já disponíveis.
https://arvoredasletras.lojavirtualnuvem.com.br/
Ao longo do tempo iremos atualizando a loja e sempre teremos novidades neste espaço que já é seu. Esperamos que gostem e façam uso dele. Estamos prontos para atender sempre com um sorriso e muita alegria!
Por Leandro Bertoldo Silva
Está chegando o dia!
Aqui no meu ateliê, durante esse processo e a cada livro feito, venho percebendo como o trabalho artesanal e a minha escrita é uma existência essencialmente feminina.
Escrever é mais do que produzir palavras sobre o papel; é abrir o ventre das histórias e ser eu a ser fecundado por elas, como um parturiente a dar à luz a cada momento. Meu fazer literário é, portanto, essencialmente feminino ao se organizar em três movimentos distintos, mas sobrepostos a se completarem em um ciclo vital.
Para sempre, amanhã é mais um fruto desse tempo, onde esses movimentos serão não apenas revelados, mas mostrados em uma festa literária — a FLIM — na cidade de Teófilo Otoni/MG, organizada pelo Instituto In-Cena que, não por acaso, trará a temática do feminino. Falta pouco, apenas um mês para o lançamento desta que é uma obra de afetos, memórias e presenças…
Atenção!!
A campanha de pré-venda com preço promocional está chegando ao fim. Estará aberta até o dia 17 de setembro/2025. Quem desejar adquirir, presentear e receber este livro autografado, ou durante o evento de lançamento ou em casa, é só acessar o link abaixo e preencher o formulário.
https://forms.gle/7F5WRyu7GttX7Tk28
Um forte abraço e até lá!
Por Leandro Bertoldo Silva
Já ouviu a frase do título acima “nem tudo são Roses, existem Guns N’ também?” A ouço constantemente de uma pessoa que gosto muito. É uma variação divertida de “nem tudo são flores…”
Sim, isso acontece em tudo, inclusive na delicada arte de fazer livros artesanais. Hoje quero compartilhar uma das muitas situações que vivo ao realizar esse ofício lindo e encantador, que mistura beleza e criatividade, mas também muita paciência e desafios.
Uma das diferenças entre um livro em série e um livro artesanal é a quantidade de matéria-prima necessária para sua feitura. Um livro em série dispõe de uma enorme quantidade de material, pois é feito, de uma só vez em máquinas e prensas automáticas, 1000, 2000, 3000 exemplares e até mais. Muitos desses livros, quando não vendidos e/ou distribuídos são devolvidos ao autor e muitos são estocados e até mesmo perdidos.
O livro artesanal é feito em pequenas tiragens e também sob demanda, em que o material como linha, cola, tinta e papéis não são estocados, tanto porque, se assim fossem, perderia o conceito de sustentabilidade.
Porém, entre a compra de um lote e outro de matéria-prima acontece da mesma vir com pequenas ou até mesmo grandes diferenças de fabricação, sem contar quando determinado material se encontra em falta no mercado ou sai de linha, o que influencia no projeto e exige uma dose extra de criatividade e desprendimento.
Uma parte disso aconteceu comigo no livro “Para sempre, amanhã”.
Inicialmente, a capa do livro era de um vermelho cereja, bem forte. Mas eis que a mesma tonalidade não se encontrava mais à venda em lojas físicas. Eu, particularmente, não gosto de comprar papéis pela internet, pois esse é um tipo de produto que, para quem trabalha com o ofício da encadernação, é preciso pegar, tocar, sentir a gramatura, é uma espécie de “degustação espiritual”… rsrsrs. Pelo menos é assim comigo.
Do vermelho cereja, portanto, passei ao vermelho plus como projeto padrão. Como nem tudo são flores, mas tudo caminha para a luz, amei o resultado, pois essa tonalidade deu ao livro uma suavidade muito mais condizente com o seu conteúdo. O livro ficou, assim, mais tênue e doce.
Com isso aprendi a não resistir, a enxergar os obstáculos como oportunidade de se reinventar e de criar algo único a revelar uma parte da nossa essência. É aqui que reside a magia do livro artesanal, onde o ofício de dar forma às nossas ideias com as próprias mãos descortina uma jornada de desafios e encantos repleta de beleza e significado.
_______________________
Já estamos quase no mês de agosto. Faltará pouco mais de um mês para o lançamento do livro a acontecer na FLIM – Festa Literária Vale do Mucuri, na cidade de Teófilo Otoni/MG. Eu estou aqui em plena produção e confecção e até lá tem muito a mostrar a vocês.
A campanha de pré-venda continua aberta até o dia 17 de setembro. Quem desejar receber este livro no conforto de casa, autografado e ter a experiência de possuir e ler um livro totalmente feito à mão, com muito carinho e dedicação é só acessar o link abaixo e preencher o formulário.
https://forms.gle/7F5WRyu7GttX7Tk28
Aproveite para presentear alguém querido, uma pessoa amiga. Basta, no formulário, indicar o nome e endereço dela.
Terei muito prazer em estar com vocês!
Forte abraço.
Por Leandro Bertoldo Silva
Imagine um livro a transpor fronteiras…
Imagine um livro a viajar pelos continentes…
Imagine histórias a serem lidas além mar…
“Para sempre, amanhã” está a me proporcionar não somente essas experiências ao chegar em Angola, mas principalmente em viver o prazer da amizade selada e eternizada pelo amor às palavras.
Aqui neste vídeo apresento a todos Emílio Cinco Reis, a quem a poesia acolheu pelo nome de Nasapulo Kapiãla.
Nasapulo está nesse livro de forma sutil, delicada, mas com a força de uma afeição a construir novas possibilidades.
O livro será lido lá como sua poesia conhecida aqui, juntamente com uma obra carregada de sentimentos.
Afetos, abraços, surpresas, descobertas… São muitas histórias forjadas nas vivências que trazem por trás das mesmas outras histórias a contar, como a que vai neste vídeo.
Disponha, Nasapulo. Vamos juntos.
_______________________
Aqui vão dois convites:
Quem desejar fazer parte da “Lista de Transmissão Para sempre, amanha” no WhatsApp e acompanhar cada passo do processo de produção e confecção de um livro artesanal, participar de sorteios e ter acesso a muito material interessante do mundo da encadernação é só enviar mensagem para o WhatsApp (33)98461-2688 e falar diretamente comigo.
Para quem quiser saber mais a respeito e receber o livro “Para sempre, amanhã” autografado com valor promocional até o lançamento no dia 17 de setembro deste ano, que será na FLIM – Festa Literária Val do Mucuri, em Teófilo Otoni, é só clicar no link abaixo.
https://forms.gle/7F5WRyu7GttX7Tk28
Forte abraço e até a próxima.
Por Leandro Bertoldo Silva
Carolina Bertoldo
Elisa Augusta de Andrade Farina
Em uma produção de livro nunca estamos sozinhos. Por mais que ele inicia na escrita e, aí sim, é um momento somente do autor e autora, muitas pessoas fazem parte de sua existência.
No caminho há consultas aos amigos, opiniões colhidas na flor das primeiras páginas e também das últimas; há quem ofereça coragem para acreditar no possível e no impossível para seguir adiante.
Quero trazer aqui a presença em palavras de duas dessas pessoas incríveis na jornada deste “Para sempre, amanhã”: Carolina Bertoldo e Elisa Augusta de Andrade Farina.
Carolina passeou pelo livro com o olhar cuidadoso de quem inicia profissionalmente no que tanto gosta de fazer — revisar textos, mas encontrou além do que procurava.
Elisa, com a sensibilidade que lhe é peculiar, presenteou-me com o prefácio dessa obra, a eternizar ainda mais nossa amizade.
Deixo, pois, para apreciação de todos e também a mim, esses dois depoimentos muito carinhosos.
Carolina Bertoldo

Ao abrir essa obra “Para sempre, amanhã”, que é uma verdadeira Janela da Alma me deparei com muitas histórias que já havia escutado algumas vezes na vida. Umas contadas pelo próprio autor do livro, que é também meu tio e padrinho e outras pelos meus avós, bisavó e até minha mãe.
Olhar por uma janela é sempre uma novidade e na verdade eu tenho medo de janelas, principalmente a noite quando vira breu e não se sabe ao certo o que está olhando! Mas essa em especial já era conhecida, foi um reencontro sem medo! Reencontrei nas linhas desse livro histórias familiares, cheias de saudades e amor e relendo-as agora, na íntegra dos fatos pude entender e curtir muito mais esses causos. Com alguns eu ri, com outros me emocionei, e outros ainda me surpreendi e descobri partes que ou nunca foram contadas ou eu apenas não lembrava.
Ganhei de presente revisar um livro cheio de boas lembranças e de fácil leitura. Livro leve que te prende a ele e te dá a maior vontade de procurar uma Janela, abrir as páginas e deixá-las tocar a Alma!

Elisa Augusta de Andrade Farina
Em épocas como a que vivemos hoje, é difícil encontrar uma obra literária com tanta sensibilidade, coerência e amor.
O autor vai com maestria organizando as costuras existenciais advindas de uma memória repleta de momentos indeléveis.
Um escrito com respingos de saudade e realidade
Uma obra que inspira os leitores a explorar novas dimensões da imaginação e acercarem-se da singularidade das expressões criativas e poéticas num todo.
_______________________
Bem, creio que o título dessa publicação fica, assim, explicado!
Obrigado Carol e Elisa por suas palavras.
E quero deixar aqui dois convites:
Quem desejar fazer parte da “Lista de Transmissão Para sempre, amanha” no WhatsApp e acompanhar cada passo do processo de produção e confecção de um livro artesanal, participar de sorteios e ter acesso a muito material interessante do mundo da encadernação é só enviar mensagem para o WhatsApp (33)98461-2688 e falar diretamente comigo.
Para quem quiser saber mais a respeito e receber o livro “Para sempre, amanhã” autografado com valor promocional até o lançamento no dia 17 de setembro deste ano, que será na FLIM – Festa Literária Val do Mucuri, em Teófilo Otoni, é só clicar no link abaixo.
https://forms.gle/7F5WRyu7GttX7Tk28
Forte abraço e até a próxima.
Por Leandro Bertoldo Silva
Escrever um livro já é algo extraordinário; confeccioná-lo é especial e encantador. Cada etapa, desde a escolha dos papéis, a furação, a costura, a cor da linha, a aplicação das guardas e capas é uma história sendo contada em tempo real a acolher outras histórias escritas anteriormente.
Nesse processo tudo é muito importante: o toque das mãos, o olhar cuidadoso, o tempo das esperas para ver unidos o sonho e a realidade. Tudo é muito mágico. Compartilho nesse vídeo um pedacinho desse sentimento e do prazer em ver nascer algo que é, ao mesmo tempo, uma obra de arte e um reflexo do próprio coração.
_______________________
Amigos leitores e leitoras, a campanha de pré-venda do livro PARA SEMPRE, AMANHÃ continua aberta. Ela irá até o dia do lançamento, 17 de setembro deste ano. Quem desejar receber o livro autografado com valor promocional no dia do evento na FLIM – Festa Literária Vale do Mucuri, em Teófilo Otoni ou mesmo em casa em qualquer cidade do Brasil, é só entrar neste link https://forms.gle/7F5WRyu7GttX7Tk28 e preencher o formulário.
Um forte abraço e até a próxima!
Leandro.
Por Leandro Bertoldo Silva
Hoje quero falar sobre uma das etapas mais importantes na confecção dos livros artesanais. Aliás, é um dos aspectos a diferenciá-los e torná-los tão especiais.
Uma das coisas essenciais na encadernação artesanal para a feitura de qualquer projeto é a escolha dos papéis. Não se trata apenas de uma mera casualidade ou escolha arbitrária, é antes uma questão de afetos. É preciso ter sentimento pelo papel. Ele deve comunicar algo em nossos corações e essa relação precisa ser recíproca, sem a qual as formas não acontecem.
Existe um verdadeiro diálogo entre o artífice e a matéria da sua criação. Pelo menos é assim que acontece comigo e meus livros costurados à mão. Nossa comunhão inicia na sutil leveza das sensações. Quando penso um livro o visualizo pronto e é possível sentir o seu toque, até mesmo o seu cheiro. Quase sempre ele existe primeiro do que o texto. É comum eu escrever já sabendo a morada das minhas palavras.
O papel é mais do que um simples suporte, é onde a história acontece. Junto dele, além do toque, está a textura, a cor a transmitir emoções muito além do conteúdo escrito.
Ter afeto pelo papel, valorizar o cuidado da sua manipulação é um gesto de carinho e respeito pelo livro, onde cultivamos uma conexão sensorial e emocional por quem o irá ler. O papel é, portanto, uma poesia silenciosa cheio de memórias.
Foi dessa forma que meu novo livro passou a existir. PARA SEMPRE, AMANHÃ é fruto desses afetos por dentro e por fora como numa espécie de fotografia, onde a materialidade do papel traz junto de si o retrato de nossas existências.
Tenho uma maneira muito particular de ver as coisas. Tudo para mim precisa fazer sentido, porque do contrário não funciona. Nada é exatamente aquilo que se mostra. Há algo maior em tudo. Se você pegar um livro e olhar para ele, verá a sua forma e nada mais. Mas, se pegar um livro artesanal e olhar atentamente sentirá, mesmo sem conhecer ainda a história ali contida, uma espécie de completude, uma emanação quase mágica. É algo sutil, mas possível de perceber. Nessa hora irá enxergar muito além de um objeto ou um caminho unilateral, mas um lugar de transcendência, uma conformidade entre autor, leitor e natureza.
Por isso gosto da artesania do livro, sem a qual me sentiria incompleto. Eu preciso “ser o livro”, sentindo-o à medida que escrevo. Assim, os papéis não são simplesmente escolhidos como não basta a uma capa ser simplesmente bonita; é preciso haver uma fusão de todos os elementos vivos, uma concepção afetuosa a originar não em mais um livro, mas algo com a potencialidade de um abraço.
_______________________
Amigos leitores e leitores, a campanha de pré-venda do livro PARA SEMPRE, AMANHÃ continua aberta. Ela irá até o dia do lançamento, 17 de setembro deste ano. Quem desejar receber o livro autografado com valor promocional no dia do evento na FLIM – Festa Literária Vale do Mucuri, em Teófilo Otoni ou mesmo em casa em qualquer cidade do Brasil, é só entrar neste link https://forms.gle/7F5WRyu7GttX7Tk28 e preencher o formulário.
Um forte abraço e até a próxima!
Leandro.
Por Leandro Bertoldo Silva
Desde criança eu vivo em contato com o artesanato, principalmente em se tratando de linha e agulha. Cresci em meio a uma variedade de formas e cores feitas em crochê e tantas outras peças repletas de carinho e cuidado tecidas por minha mãe. Por mais diferente fosse a técnica utilizada e a arte feita, a linha e a agulha sempre estavam presentes, e muito longe de se desentenderem como no célebre Apólogo de Machado de Assis, lá na Ilha do Governador. Nas mãos de minha mãe elas sempre foram as melhores amigas e bailavam juntas.
De tanto observar aquela dança entre as duas em verdadeira comunhão quase religiosa, tornei-me também um costureiro, porém de palavras. Passei a uni-las e no lugar das correntinhas iniciais tecia frases. Com o tempo fui me aprimorando na escrita e na leitura, mas sem perder o contato físico e visual daquelas mãos de Elena ao criarem com a sua arte histórias tão fascinantes quanto as que eu lia e sonhava em confeccionar.
Assim foi por muito tempo. Mas algo interessante começou a acontecer: passei a me apaixonar não somente pelas histórias, mas pelo livro em si. Até aí tudo bem, porque geralmente os amantes da leitura têm os livros como objetos quase sagrados e os veneram com toda aquela mística do contato, do cheiro, do passar as páginas e tudo mais. Porém, no meu caso era muito além disso. Passava a existir em mim um desejo genuíno de fazê-los. Eu não queria só escrever, eu queria que os livros surgissem de minhas mãos.
Esse desejo foi a pedra fundamental, não apenas do meu trabalho, mas por transformar-me em quem eu sou. Achei-me ali em meio ao emaranhado das linhas. Encontrei, se assim posso dizer, o “fio da meada” de mim mesmo e passei a puxá-lo e a existir livremente na materialidade artesanal do que é escrito.
Ora, temos aqui dois ofícios: escrever e proporcionar a experiência estética e afetiva da leitura por meio dos livros. Tanto um quanto o outro vibram na mesma sintonia e carregam o mesmo objetivo, ou seja, contar histórias. A escrita percorre o caminho da literariedade, da criação deliberada, enquanto o livro acolhe suas palavras e as protege como um pai. O livro, como as palavras, tem um momento específico de feitura, uma época, um contexto, uma ancestralidade, onde cada página nos deixa um legado de existência.
Desde as tabuletas cuneiformes dos sumérios, passando pelo desenvolvimento do tipo portátil até a emergência da revolução moderna da informação, os livros sempre estiveram presentes. Foi assim nos códices maias, nos papiros egípcios, iluminuras de manuscritos medievais, mapas da época das grandes navegações, até mesmo os clássicos infantis. E em todos eles estavam ali as mãos do artesão, daquele ser quase mágico a dar forma a tudo isso. Juntar, pois, as duas coisas, não é tarefa simples, mas possível em um mundo onde ser diferente requer coragem.
Por isso digo que acredito na escrita como um ato de liberdade e no livro como objeto vivo. O que advém desse enlace é uma nova perspectiva a inspirar novas gerações de autores e leitores a criarem e absorverem histórias com autonomia e profundidade. Esse é o meu desejo.
Por Leandro Bertoldo Silva
Você já parou para pensar qual o caminho que um livro percorre até chegar em suas mãos?
Bem, tudo parte de um princípio, ainda mais os livros da Árvore que são ecológicos e sustentáveis. É comum aos escritores considerarem os seus livros como filhos e, como tais, precisam ser concebidos. Sim, um livro nasce da cabeça de seu autor. É a concepção originária. Sem ela nenhuma etapa seguinte existirá. Siga a sequência que os nossos livros são feitos e se delicie com o que tanto defendemos: “a liberdade de ser do seu jeito”!

Eu tenho uma particularidade! É comum eu fazer os meus primeiros esboços à mão. É a minha forma de sentir a escrita de maneira completa, que antes é preciso ser minha para só depois ser dos outros. Escrever à mão, além de movimentar as áreas do cérebro e estimular a criação e a criatividade, é também uma forma de demonstrar carinho e guardar lembranças. Mesmo com a tecnologia, há muitos escritores que ainda escrevem os seus livros à mão. Eu sou um deles. Se você é escritor ou escritora, como é com você?

Em seguida a história é reescrita no computador. É o meu primeiro namoro com o texto já o percebendo em formas mais elaboradas. É onde há cortes, mudanças e aconchego com as palavras.

Aqui inicia a artesania do livro, ou, como queira, a alquimia do que é imaginado ao que é palpável. Após o livro ser escrito, digitado, revisado, formatado e diagramado — o que vai aí alguns meses e até anos — é o momento da impressão feita com cuidado e carinho, afinal ele está vindo ao mundo. No caso da Árvore, os livros são impressos em folhas soltas.

Uma vez impresso, entra em cena pela primeira vez a “Paula Brito”, nossa prensa de madeira. Por que do nome “Paula Brito”? Você pode saber lendo AQUI. É ela que dá suporte à cola na lombada do livro para que a mesma seja preparada para a furação.

Uma vez colada, a lombada é demarcada com 14 furos, usando, para isso, uma furadeira de mão com broca bem fininha para facilitar a passagem da agulha para receber a linha com cera de abelha.

Todos os processos são especiais, mas é na costura que eu mais sinto o livro nascendo em minhas mãos. Nesse momento sou o escritor, mas também o artesão; o genitor e o parteiro ao unir pensamentos às palavras que ganham formas palpáveis.

Como todo recém-nascido, é preciso agasalhá-lo. É aí que entra a capa com papel ecológico. É o segundo momento da “Paula Brito”, que faz o seu trabalho originário de prensar. O livro fica na prensa por aproximadamente 3 a 4 horas, até que união capa-lombada seja um verdadeiro enlace matrimonial de arte e palavras.

E para dar ao livro sua identidade visual e seu lugar no mundo de forma ainda mais autêntica, fazemos o acabamento com materiais alternativos, utilizando componentes metálicos, superposição de imagens e o que a criatividade permitir, fazendo do livro em si um objeto de arte.

Sabemos que um livro nasceu quando é entregue às mãos dos leitores. Essa é a cereja do bolo, o grande momento da vida do criador e da sua criatura.
De nada adianta ser escrito, colado, costurado, prensado, publicado se em algum lugar uma pessoa não abri-lo e lê-lo. É na leitura que ele se faz, que se coloca na condição de existir. Enquanto isso não acontece, o livro é só um objeto qualquer. Mas quando é aberto, lido e saboreado, o sopro da vida invade a suas páginas.
________________________
Bem, é assim que nasce um livro aqui na Árvore das Letras. Espero que tenha gostado dessa sequência e convido para conhecer todos os outros livros que, como esse, surgiram assim, de um pensamento, de um sonho, de uma vontade e de uma costura…
Clicando AQUI você encontra todos eles. Que tal dar uma passadinha por lá?
Saiba, também, sobre as nossas Vivências Literárias
E se ainda não é inscrito aqui no blog, se inscreva e aproveite tudo o que temos a oferecer nesse maravilhoso mundo pelas palavras.
Forte abraço!
Até a próxima.