
Por Leandro Bertoldo Silva
Quem me conhece sabe: há tempos digo que a literatura de nossos irmãos africanos (e a África são muitas) é uma das vozes mais marcantes da contemporaneidade. Escritores como Pepetela, Luandino Vieira, Mia Couto, Paulina Chiziane e tantos outros, assim como Mangel Faria, Tomé Nassapulo, Antônio Alexandre, Kafala Tibah que integram hoje a minha irmandade literária na Árvore das Letras, tornaram-se meus pais e mães de referência do que mais belo é produzido em nossas letras e em nossa língua portuguesa. Ter uma crônica minha — Crônica Testamento — publicada no Jornal Pungu Ndongo, de Angola, é mais do que uma alegria, é a felicidade de uma certeza que eu, quando criança, tinha ao sonhar em ser escritor e lia de cima do pé de ameixa os meus primeiros livros. Nascia ali, entre galhos e frutos, a minha caminhada na vida.
Não por acaso tenho para mim uma frase de Mia Couto:
“O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar, a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro”.
E aqui estou eu neste caminho irmanado com tantos amigos e amigas das letras ao fazer da literatura a minha casa, ao abrir as suas portas e voar para além-mar, como também trazer para cá o melhor que existe lá.
Que essas estradas frutifiquem; construamos pontes ao invés de muros e façamos da literatura um único lugar sem fronteiras e distâncias, porque o que está longe se torna perto na descoberta do olhar.
Sigamos.
________________________
Deixo aqui o meu agradecimento coletivo a Mangel Faria, António Alexandre, Tomé Nassapulo, Kafala Tibah e todos e todas irmãs e irmãos de África pela partilha e pelo convívio que estamos a construir semanalmente, não apenas pelas publicações, mas pela Vivência Novos Autores, onde, juntos fazemos a literatura frutificar.
Para quem deseja saber mais a respeito da Vivência Novos Autores e de como participar dessa construção literária, é só clicar AQUI.
Sejam todos bem-vindos e bem-vindas.