Por Leandro Bertoldo Silva
“Anote coisas que você gostaria de fazer para si mesmo, mas só faz para os outros”.
Pois é, meus amigos e amigas…
São tantas coisas assim que até me perco em meus pensamentos. A lista, caso fosse escrevê-la, ficaria imensa. Talvez abrindo o meu coração e falando a vocês seja uma forma mais interessante, porque internalizo a partir da reflexão e o estado de espírito de uma reflete vibracionalmente em outras. Acredito ser mais fácil, inclusive, de identificá-las.
Vou dar um exemplo. Eu levanto todos os dias e preparo com esmero o café da manhã para minha esposa e filha. Não deixo faltar nada, coloco os melhores talheres, pratos e xícaras na mesa com seus respectivos pires. Deixo tudo à mão: pão, biscoito, queijo, bolo, cremes, geleias e procuro dispor tudo de forma bonita e harmoniosa. Às vezes até flores eu coloco. Faço isso todos os dias sem deixar faltar um sequer.
Mas quando acontece de eu estar sozinho por algum motivo, muitas vezes nem um pão eu como. Sentar à mesa? Jamais! Isso não acontece. E aí eu penso: será que eu não mereço o mesmo cuidado? Se isso acontece com algo tão simples, o que dizer de coisas maiores que afetam nossa autoestima e nosso senso de merecimento? E, Acreditem! Isso influencia desdobramentos para outros não merecimentos…
Então vamos lá!
E se só por hoje vestíssemos nossa melhor roupa para ficar dentro de casa?
E se só por hoje fizéssemos aquela comida especial e servíssemos de maneira bem bonita para nós mesmos?
E se só por hoje cuidássemos de nosso corpo de forma carinhosa?
E se só por hoje bebêssemos água em uma taça de cristal?
E se só por hoje invertêssemos a máxima e fizéssemos por nós o que gostaríamos que os outros nos fizessem?
Eu não quero aqui dar lições de moral nem agir como guru (nossa! Como têm deles na internet!), tanto porque estou no mesmo barco de centenas de pessoas precisando urgentemente de mudanças e transformações. Eu só quero oferecer — talvez para mim mesmo — um pouquinho de conforto.
Um forte abraço!
Descubra mais sobre Por uma literatura de identidade própria - Escrever é costurar ideias com as mãos
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Publicado por leandrobertoldo
Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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Eu fico pensando se não nos mimamos muitas vezes pela culpa de achar que nos dar este direito seria egoísmo. Ou, colocamo sempre nossa família, aqueles que amamos à frente. Se eles estão bem, estou bem. Tal como você, estou na mesma direção, sem certo ou errado, apenas tentando.
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Oi, Juliano! Penso que só o fato de questionarmos essa situação já mostra o quanto não é egoísmo. Se questionamos é porque fazemos muito pelas pessoas. Sinceramente não é egoísmo, é um autocuidado. Tanto porque se não estivermos bem com a gente mesmo não conseguiremos passar o melhor para os outros.
Obrigado pelo comentário. Sigamos!
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