Por António Alexandre
No espaço onde o vento nos chama,
Ficará na memória a linda sala e o eco suave do teu riso,
E eu, perdido entre a saudade e o drama,
Guardarei teu perfume, ainda preciso.
Partes longe, na rota dos teus saberes,
E levas contigo a luz do nosso lugar,
Fico só com o vento e os meus quereres,
Sem saber se ainda vais recordar.
O canto das tardes se cala no espaço
Onde nossas mãos falavam em segredo,
Agora só resta a sombra do teu passo.
E temo que o tempo, com seu duro enredo,
Apague o lugar do nosso abraço,
Como quem esquece um sonho por medo.
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António José Alexandre nasceu em Luanda, Angola. Graduado em Línguas, literatura e Administração pela UCAN, Mestre em linguística Aplicada pela UMA-Asunción, Doutor em Educação, na especialidade de linguistica pela faculdade Interamerica do Brasil. Membro da revista científica Minerva (Magazine of Science) www.minerva.edu.py, Professor da Fics (faculdade interamericana de Ciências sociais). Professor de língua Portuguesa, Inglês, Literatura, Psicologia da linguagem, sintaxe do português e técnicas de tradução. Autor de várias obras e artigos, escritor e poeta. Membro correspondente da academia de letras Teofilo Otoni de Minas Gerais, colunista do jornal Rol, Membro da revista multidisciplinar Núcleo do conhecimento, Editor, Mentor da Revista multidisciplinar Nelson Mandela. Atualmente Presidente do Instituto Superior de Angola (ISA).
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Publicado por leandrobertoldo
Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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