QUANDO O AMOR SE FAZ LIVRO

Por Nasapulo Kapiãla

O amor de Leandro Bertoldo Silva pela literatura e pela arte de costurar livros revela uma relação profunda e quase sagrada com o ato de criar. Sua paixão pelos cadernos e livros artesanais vai além de um simples ofício manual — é uma forma de resistência poética diante da pressa do mundo digital.

Ao unir palavra e matéria, Leandro transforma o papel, o fio e a capa em símbolos de memória e sensibilidade. Cada ponto da costura parece carregar o ritmo de um verso; cada dobra, o cuidado de quem entende que o livro é um corpo vivo, um espaço onde a alma do autor e do leitor se encontram.

  Seu trabalho mostra que a literatura não está apenas nas palavras escritas, mas também no gesto de fazê-las existir fisicamente, de dar forma à imaginação com as próprias mãos. Nesse sentido, o amor de Leandro Bertoldo Silva é uma celebração do artesanato da leitura e da escrita, um tributo à beleza do tempo dedicado, ao silêncio criativo e à poesia escondida no ato de costurar sonhos em papel.

  Aquele abraço, meu kamba!

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Emílio Tomé Cinco Reis de pseudónimo literário Tomé Nasapulo Kapiãla, angolano, natural da província do Huambo, planalto central, licenciado em Geologia faculdade de ciências naturais, universidade pública, Agostinho Neto. É professor do ensino secundário do 2° ciclo do Liceu Público N° 4019 ex-IMNE de Cacuaco “24 de Junho”, lecciona a disciplina de Física e dirigente comunitário da comunidade dos Imbondeiros Cacuaco, província de Luanda.


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