BIBLIOTERAPIA E ARTE: UMA FORMA DE CUIDAR DO SER

Por Leandro Bertoldo Silva

Imagine um lugar onde as suas ideias e pensamentos são respeitados…

Um lugar acolhedor onde as palavras são ouvidas com carinho sem qualquer tipo de preconceito…

Onde é possível falar de sonhos, desejos, alegrias, mas também de dores e se sentir abraçado e compreendido…

Um lugar, enfim, onde é permitido se emocionar pelo simples fato de expressar sentimentos, não apenas verbalmente, mas artisticamente, com confiança e segurança…

A Árvore das Letras, por meio de sua Tenda Literária, na cidade de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, se transformou nesse lugar. Realizamos um encontro de pessoas onde, por 4 horas, vivenciamos a Biblioterapia e Arte na prática.  Este mês de janeiro de 2025 realizamos o primeiro de uma série de 6 eventos presenciais.

Falaremos sobre isso mais adiante, inclusive em como você pode participar e ser um apoiador dessa ideia e iniciativa. Mas antes, você sabe o que é Biblioterapia?

Segundo a professora e especialista Clarice Fortkamp Caldin, Biblioterapia é o cuidado com o desenvolvimento do ser humano por meio das histórias literárias, sejam elas lidas, narradas ou dramatizadas. Isso quer dizer que Biblioterapia é uma forma diferente de lidar com a literatura ao ampliar muito o seu olhar para além da intelectualidade e do didatismo. O foco aqui é o cuidado consigo e com o outro.

Segundo Clarice, BIBLIO não diz respeito ao livro em si, mas ao conteúdo ficcional que ele representa como se fosse a “capsula” que contém o “medicamento”, ou seja, as histórias, cujos princípios ativos são as metáforas que nos levam à reflexão. Lindo, não é? E TERAPIA? Ah, essa quer dizer o cuidado com o outro, ou “a arte de cuidar do ser”.

É importante dizer uma coisa: existem algumas formas de abordagem biblioterapêutica, mas duas delas se evidenciam, uma clínica e outra chamada de desenvolvimento ou educacional. A Biblioterapia clínica é uma ciência que auxilia a medicina psicoterápica. Portanto, seu agente é um profissional de saúde, como um psicólogo, que após diagnósticos clínicos e específicos individualizados indica leituras como tratamento.

Não é esse o trabalho que realizamos na Árvore das Letras. Nós atuamos na Biblioterapia de desenvolvimento, ou seja, a Biblioterapia de grupo, na qual a literatura é vista como progressão humana a partir do momento onde é possível viver e contemplar, através das histórias e personagens variadas, a plenitude da sua condição. Um lugar onde é possível transformar-se integralmente no outro a partir das personagens fictícias ao vivenciar outros papéis e se identificar com situações a refletirem as suas próprias experiências e examinar os seus pensamentos e atitudes, o que auxilia no processo de autodescoberta.

Mas como isso é possível na prática?

Bem, primeiro é preciso enxergar como a arte se relaciona no meio de tudo isso. Apesar da Biblioterapia se servir predominantemente da literatura para se manifestar, há nela a correlação de outras artes, como a pintura, a música, a dança, a colagem, entre outras, mostrando que há entre todas essas expressões pontos intrínsecos e comuns em um mesmo espaço de manifestação.

Basta levarmos em conta que em cada conto lido, em cada poesia apreciada, seja pela leitura ou audição, em cada crônica ou lenda descoberta, há uma imagem que a traduz e uma musicalidade que melhor a representa.

Dito isso, é exatamente aqui que o nosso processo de Biblioterapia atua, com o objetivo de proporcionar aos participantes o contato com a literatura, retirando dela componentes que, a partir da inserção de outras artes, permite trabalhar as emoções, ativar a imaginação ou fazer uma reflexão.

Novamente citamos Clarice Caldin: “Uma história lida, contada ou dramatizada, deve, antes de tudo, ter uma boa composição dos fatos, isto é, um enredo que propicie o despertar e o apaziguamento das emoções. Para isso, é necessário escolher textos de qualidade estética, em que predomine o literário e não apareça o didático”.

Dito isso, passamos a relatar de forma objetiva como é uma prática de Biblioterapia e Arte, como a ocorrida na Árvore das Letras neste início de 2025, onde trabalhamos com a temática “Sonhos e objetivos: qual o nosso lugar no mundo?”

A CHEGADA

A Biblioterapia já inicia na recepção com um acolhimento afetuoso e um olhar carinhoso. Busca-se envolver os participantes a compreenderem esse lugar de cuidado, onde todos se encontram no mesmo grau de atenção. Na Biblioterapia não existe obrigatoriedades ou preferências, preconceitos ou julgamentos. Para isso iniciamos de forma a proporcionar fluidez, relaxamento e familiaridade nas apresentações.

A HISTÓRIA COM POTENCIAL TERAPÊUTICO

A partir de uma temática proposta e do exercício da escuta, os textos são escolhidos buscando sempre a presença da metáfora e da linguagem simbólica. A partir da leitura, busca-se elaborar perguntas para estimular a discussão e provocar a interação do grupo. Utilizamos muito em nossa abordagem, mesmo com adultos, textos da literatura infantil repletos de significados.

O EXERCÍCIO DA ESCUTA

Busca-se nesse momento escutar não apenas com os ouvidos, mas com o coração, sem exercer nenhum tipo de poder ou verdade. O que interessa não é nunca o que o autor quis dizer ou a visão dos facilitadores, mas o que cada um sentiu ao ler ou ouvir a história apresentada, sem se sentir ameaçado por qualquer natureza, fortalecendo os sentimentos, histórias pessoais e memórias que foram despertadas.

A DINAMIZAÇÃO

A dinamização acontece na medida em que se utilizam atividades que vão potencializar o efeito terapêutico do texto e favorecer a interação das experiências compartilhadas. A partir da temática do encontro, são pensadas atividades lúdicas ou outro tipo de intervenção que possa ser feita de forma criativa. Para a nossa abordagem sobre sonhos e objetivos de vida trabalhamos com a pintura orgânica em cerâmica.

FECHAMENTO

Após a conclusão das atividades e de uma breve roda de comentários, é interessante que o participante possa levar uma lembrança do encontro, algo produzido por ele mesmo, a fim de reforçar a sua experiência e fortalecer positivamente as suas emoções e sentimentos.

E AGORA?

Agora é prepararmos para os próximos encontros. Uma vez a cada mês, a Árvore das Letras irá proporcionar uma tarde como essa, onde será possível abordarmos diferentes assuntos sempre com uma história a ser lida ou contada e uma expressão de arte confeccionada.

Veja na sequência os dias, meses e temas a serem trabalhados sempre de 14h às 18h.

  • 15 de fevereiro: O poder da palavra e do que verbalizamos;
  • 22 de março: Lembranças e memórias;
  • 26 de abril: mudança e transformação;
  • 17 de maio: crença e autoconfiança;
  • 14 de junho: desapego.

Você pode participar. É só entrar em contato conosco pelo email arvoredasletras@hotmail.com ou pelos números de WhatsApp (33)984627055 / (33)98404-2243 e saber das condições.

É de outra cidade e quer levar a Tenda Literária da Árvore das Letras e essa abordagem para o seu evento, escola ou ação? Entre em contato! Teremos muito prazer em conversar sobre isso.

SEJA UM APOIADOR / APOIADORA

Deixamos para o final uma parte muito importante. Você, seja uma empresa ou mesmo pessoa física de qualquer cidade ou estado, pode ajudar ao aderir uma das nossas cotas de patrocínio. Existe um valor individual para que o trabalho possa acontecer. Sempre disponibilizamos algumas vagas destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade social ou que não possuem no momento condições de arcar com os custos da Vivência. Isso porque acreditamos no poder transformador da arte, da palavra e da literatura e temos o desejo de beneficiar o maior número possível de pessoas.  Nem sempre é possível atender a todas que gostaríamos e é aí que você entra.

Você pode apadrinhar uma ou mais pessoas de acordo com as vagas disponíveis, seja uma criança, jovem ou adulto. O seu investimento proporcionará a pessoa ter a oportunidade de ser inserida nesse trabalho e se beneficiar de um momento de desenvolvimento pessoal e social.

Aproveitamos para agradecer ao Supermercado Caires Martins, à Farmácia Central e a Mundial Preço Fácil, ambas na cidade de Padre Paraíso, que contribuíram para que alguns jovens pudessem participar do primeiro encontro de 2025 e também dos próximos.

Ficou interessado? Deseja contribuir? Entre em contato que passaremos para você o nosso plano de marketing com todas as cotas e benefícios de patrocínio.

Finalizamos com as palavras de PETIT, 2013, p.47:

“A leitura às vezes faz surgir palavras no leitor, fecunda-o. Nesse diálogo, ele ou ela pode começar a dizer “eu”, a formular um pouco suas próprias palavras, seu próprio texto, entre as linhas lidas”.

Um forte abraço!

LEANDRO, POR QUE TRABALHAR COM ENCADERNAÇÃO EM UM MUNDO CADA VEZ MAIS DIGITAL?

Por Leandro Bertoldo Silva

Essa é uma pergunta recorrente hoje em dia. Como não estou sozinho nesse ofício — muito antes pelo contrário e ainda bem, tamanha a quantidade de pessoas boas a compartilhar dessa paixão — fui atrás de alguns dados que pudessem sustentar a importância desse trabalho e responder a essa pergunta.

Todos os seres vivos se comunicam de alguma forma, mas somente os seres humanos possuem o que chamamos linguagem, podendo essa chegar há mais de 50.000 anos. O que iniciou com uma linguagem gestual, evoluiu para a fala e depois para a escrita.

Mas você sabia que a atual geração está lentamente perdendo essa capacidade?

Está certo, tudo evolui! Hoje existem automóveis e não mais carros puxados a cavalo; não é mais preciso acender lampiões, basta acionar o interruptor de luz, ou mesmo a Alexa. A tecnologia está aí para melhorar tudo, não é isso?

Então… Precisamos conversar!

Com a era digital, a maioria das pessoas, principalmente os jovens, está perdendo o conhecimento de regras básicas de escrita. O problema não seria tão sério se esses conhecimentos, cada vez mais atrofiados, segundo estudos da Universidade de Stavanger, na Noruega, apontar que 40% vêm perdendo a fluência na caligrafia.

Só isso?!

Não! Além da caligrafia ilegível, do desconforto físico cada vez maior em escrever à mão, as pessoas estão possuindo pouca familiaridade para elaborar ideias mais complexas em textos e sequer conseguem construir frases coerentes e parágrafos significativos.

Ah, então você está a dizer que devemos abandonar a tecnologia e voltarmos aos tempos das pinturas rupestres?

É claro que não! A tecnologia é algo presente e é benéfica nas nossas vidas, veio para ficar e somente um louco a ignorá-la. Inclusive, ela é de muito auxílio a pessoas com algum tipo de limitação motora nesse campo mesmo da própria escrita e em outras atividades. O problema é quando fazemos uso abusivo dela sem necessidade justificável, tornando-a o único caminho e privando-nos de nós mesmos. Não é por acaso que especialistas (nem precisava ser) defendem e essencialidade de reservar um tempo para a prática da escrita à mão sempre que possível, alternando-a com a digital. Essa simples atitude pode nos salvar da extinção motivada pela preguiça cada vez maior de simplesmente “pensar”.

“Pensar para quê se a IA faz isso para nós”?

Bem, a Inteligência Artificial até pode resolver também esse problema cognitivo, mas a custo de ver perder algo que nos acompanha há milhares de anos: a nossa própria capacidade humana de criar, de nos comunicarmos e existirmos. É isso que queremos?

Deixo aqui essa pergunta, mas quero dizer o seguinte: sou um defensor da tecnologia. A utilizo, e muito, em meus trabalhos, inclusive na encadernação. Onde vocês acham que faço os meus projetos, desenhos de cadernos e livros? Estamos aqui neste blog, não estamos? Também possuo redes sociais…

Apenas defendo a possibilidade de caminharmos de mãos dadas com todos os recursos tecnológicos, sem perder a nossa condição de ser gente, a nossa habilidade de pensar, de sentir, por nós mesmos, o mundo maravilhoso que nos cerca.

E como é bom registrá-lo não apenas em selfie… Podemos fazer isso em algo saído de nós, com a nossa individualidade e personalidade. E isso a escrita à mão nos proporciona. Duvida? Experimente!

Não por acaso coloquei na ilustração desse texto imagens dos nossos cadernos costura Copta com diferentes revestimentos e estampas. Lindos, duráveis, resistentes e perfeitos para as suas criações, além de ajudarem a resolver esse sério problema.

Caso queira aprimorar a experiência da escrita à mão e ter um dos nossos cadernos, é só entrar em contato com a gente. Podemos ajudar.

Forte abraço!

CARO 2025

Por Leandro Bertoldo Silva

Caro 2025…

Sabe de uma coisa? Decididamente eu não queria ser você! Puxa, como deve ser difícil carregar o mundo nas costas! Bilhões e bilhões de pessoas em todos os cantos e recantos do nosso globo terrestre depositam na sua conta todas as suas esperanças, pedidos de sucesso, alegria, paz, luz, muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender. Se bem que as coisas estão tão esquisitas ultimamente com tanta correria, stress, comidas enlatadas, refrigerantes e excessos de todos os tipos que fazer uma reservinha de saúde não faz mal para ninguém…

De toda forma, você é muito incompreendido. Se as pessoas estão sem tempo, te culpam por passar rápido demais; se estão deprimidas ou passando por algum mau momento, te responsabilizam pela lentidão dos seus dias. Haja paciência! Para uns você é maravilhoso, para outros você é só o pó da rabiola… (ainda vou verificar a origem desse termo).

Sabe, 2025, eu fico aqui a pensar como você é paciente. Eu não aguentaria um terço do que você aguenta. Credo, como as pessoas são inconstantes! Inconstantes e contraditórias, para não dizer ingratas. É isso mesmo! Veja: no último dia do ano velho, as pessoas já te saúdam, se vestem para te esperar, a maioria de branco, soltam fogos (infelizmente para os cachorros), bebem, comem, cantam e dançam tudo para você. Mas, 2025… Desculpe a sinceridade, mas como diz Fernando Pessoa, “tudo isso é falso, tudo isso não quer dizer nada”! Tão logo os seus dias passam e, sem que se perceba, é você a ser ignorado. E aí não tem jeito. Todo aquele glamour, todas as taças, todos os brindes já era. E você, 2025, como vai ficar? Você que recebeu todos os pedidos, todas as promessas, todas as flores, até ondas pularam em seu nome… Pois é, vai ser chamado de ano velho, vai caducar e ficar na história.

Sabe o que é pior disso tudo? É o fato das pessoas depositarem em você a responsabilidade que são delas. Veja bem, muita gente não planeja os seus dias, as coisas se acumulam e a culpa é sua. Essa mesma gente faz mais promessas do que podem cumprir nas intermináveis listas de “ano novo”, você, 2025! Daí, lógico, não cumprem e quem é o culpado? Você de novo… Quem mandou ser tão curto? Outros até não fazem listas, pedem pouca coisa, querem ser objetivos, mas vivem numa procrastinação medonha e quando finalmente resolvem cumprir as promessas já não têm mais tempo. Quem é o culpado? Você, lógico! Sempre você.

É, 2025, eu realmente não queria estar no seu lugar. Oh, e agora? Quem poderá te defender??

Eu!

Ahá!! Pensei tanto no seu problema, que eu criei o Caderno de planejamento semanal, uma forma de ajudá-lo a ajudar as pessoas a se organizarem. É preciso fazer uma revolução! Abaixo o comodismo! As injúrias contra o ano, os xingamentos, as decepções criadas pelas próprias pessoas ao não gerirem bem o seu tempo! Iurru!!

Veja, 2025, a minha criação e a maneira que irei me dirigir às pessoas.

Vou dizer assim:

2025 já iniciou e junto dele uma jornada de boas ideias, projetos, eventos, encontros nos esperam. Para que tudo isso possa acontecer de forma prazerosa e satisfatória é preciso planejar, organizar os momentos com criatividade e clareza.

É por isso que gostamos tanto nessa época de oferecer o Caderno de planejamento semanal, que esse ano ganha opções de cores para a vida ficar mais alegre.

Olha só os benefícios que encontrará!

– Eficiência: economize tempo organizando sua semana de forma simplificada, clara e objetiva em páginas minimalistas e intuitivas.

– Criatividade: libere seu potencial criativo ao decorar sua própria capa que, dessa vez, deixamos em branco, apenas com uma tarja fantasia, para você, se quiser, fazer do seu caderno algo realmente só seu. Além disso, você pode utilizar as páginas em branco (Sim, também tem!) para registrar impressões, sentimentos, receitas, fazer colagens, desenhos e tudo que desejar.

– Leitura: o caderno possui um calendário do leitor para você marcar os dias que você ler e fazer dessa prática um hábito em 2025.

Os cadernos são feitos sob demanda e enviados para o seu endereço com frete grátis! Faça o seu pedido o quanto antes para aproveitar ao máximo o que ele pode oferecer.

O que você achou, 2025? Está persuasivo? Acha que as pessoas irão gostar? Eu espero que sim. Tanto porque, se elas gostarem e comprarem o caderno, vai aliviar muito o seu lado e eu vou até ganhar dinheiro, o que me fará um bem danado. Se bem que “ganhar” e um modo de falar. Na verdade dá um trabalho e tanto fazer os cadernos e o que acontece no frigir dos ovos (mais um termo a pesquisar) nada mais é que a lei do retorno. Mas, 2025, eu vou te contar um segredinho… Eu gosto “pra caramba” de fazer os cadernos. Enquanto corto, dobro, furo e costuro, fico a pensar em quantos sonhos, desejos, esperanças serão depositadas ali naquelas folhas que passam pelas minhas mãos. Daí sou eu que deposito votos de sucesso e alegria para quem os tiver.

E assim os seus dias vão passar e todos ficarão felizes.

Você só está no começo, mas já quero te agradecer por ser maravilhoso! Desculpe a sinceridade das palavras, tá? Mas a vida é assim.

Fico por aqui. Feliz ano novo, 2025!

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E aí, gostou do que leu? Então, que tal ajudar 2025 a ser um ano incrível e pedir o seu caderno de planejamento semanal? Ok… Vai ajudar a mim também, claro! Mas eu prometo uma coisa: vou fazer o seu caderno com muito carinho e ele também vai te ajudar bastante e, assim, será bom pra todo mundo. É só entrar em contato comigo aqui mesmo por esse blog ou pelo WhatsApp 33 98462-7055 que eu te digo quanto é e como podemos fazer, está bem?

Um abraço e feliz 2025!

HISTÓRIA DO LIVRO E DA ENCADERNAÇÃO – O LIVRO DE HORAS

Por Leandro Bertoldo Silva

Você já ouviu falar dos livros de horas?

Provavelmente, deve pensar: é um livro para saber as horas, certo?

Bem, digamos que, de uma certa forma, sim. Mas “há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe sua vã filosofia”, já dizia Horácio, em Hamlet, uma das mais famosas peças de Shakespeare.

Pois estava, ou melhor, estou eu lendo não Hamlet, mas O corcunda de Notre Dame, mais precisamente Notre Dame de Paris, para mim um título muito mais elegante e apropriado da célebre obra de Victor Hugo, outro monstro da literatura universal, que nada ou pouco tem a ver com as adaptações romanceada da Disney, quando me deparo com o termo “livros de horas”.

Se você já achou interessante, aproveite para enviar este artigo para um amigo ou amiga que, às vezes, como eu e você, também gosta de informações históricas, principalmente porque no final, como se verá, acrescentarei uma espécie  de “livro de horas literário” em infográfico, uma vez que estamos no início de 2025 e não queremos perder nada do que vem por aí, não é mesmo?

Mas… Como assim? Livro de horas literário em infográfico?! Vamos por parte!

Que eu amo ler não resta dúvidas, mas também sou um implacável curioso quando o assunto diz respeito a livros e suas histórias e, assim, lá fui eu em busca do termo lançado aos meus olhos.

Como o assunto também diz respeito ao meu ofício da encadernação, transcrevo aqui o resultado da minha pesquisa, na esperança de que possa ser-lhe útil. Se aumentar ao menos um pouco a cultura de quem ler, já me dou por satisfeito.

Então, vamos lá!

O livro de horas foi uma forma popular de livro de orações para leigos na Idade Média tardia e na Renascença. Ele indicava as preces e devoções adequadas a momentos específicos do dia e às estações do ano. Um livro de horas podia ser encomendado por um patrono rico para se adequar ao seu gosto e práticas religiosas. Com frequência, eram personalizados com ricas iluminuras. Eram objetos de luxo, portáteis e geralmente escritos com caracteres latinos ou góticos, exemplificando a crescente produção de livros para leitores leigos instruídos. Os livros de horas sugeriam um envolvimento privado e individual com o texto.

Um exemplo espetacular e magnificamente ilustrado foi “Les três riches heures du duc de Berry”, produzido no século XV para João, duque de Berry (1340-1416), irmão do rei Carlos V da França, entusiasmado bibliófilo e patrono das artes. Os irmãos Limbourg, flamengos,  começaram a iluminar o livro em 1411, mas o trabalho levou anos e, quando da morte do duque, em 1416, ainda estava incompleto. O trabalhou prosseguiu na década de 1440 com o artista flamengo Barthélemy d’Eick (c. 1420-após 1470), e foi completado sob o patronato de Carlos, duque de Savoia (1468-1490), por volta de 1485.

As miniaturas do livro combinam cenas pitorescas da vida da corte e imagens sagradas. No estilo gótico franco-flamengo do período, retratam roupas da moda, os passatempos dos cortesãos e o trabalho dos camponeses em vários momentos do ano agrícola. Os irmãos Limbourg usaram vários pigmentos. Extraiam o verde da malaquita húngara, o azul do lápis-lazúli moído do Oriente Médio, e o vermelho de uma combinação de enxofre e mercúrio. O texto latino, produzido em formato grande, foi colocado em duas colunas e escrito em letras góticas negras, com iniciais e finais de linha decorados. O livro continha um calendário com dias de santos e de celebração religiosas, trechos dos evangelhos, preces, salmos, litanias e uma série de missas para os dias sagrados.

Depois da morte de Carlos de Savoia, o livro desapareceu, mas ressurgiu no século XIX, depois de ter sido encadernado em couro vermelho pela família Spinola, de Gênova, durante o século XVIII. Em 1856 foi comprado pelo duque de Aumale, filho do rei Luís Felipe da França, e, desde então, é mantido no Château de Chantilly, perto de Paris.

(Fonte: Livro uma história viva – Martyn Lyons).

Bem, aí está um pouco da história do livro de horas. Como dito, entre aspectos religiosos, o livro continha datas importantes que eram seguidas pela população daquele século.

Pensando nisso, já que estamos no início do ano, deixo aqui não um livro, mas um infográfico com algumas datas, porém literárias, que fazem a alegria de todos nós leitores.

Espero que essas datas sejam muito comemoradas por você. Eu, certamente, irei!

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Um forte abraço, feliz 2025 e até a próxima!