A EVOLUÇÃO DO LIVRO – DO ROLO AO CÓDICE

Por Leandro Bertoldo Silva
Fonte: Livro: uma história viva.

Você acha que o livro sempre teve a forma que você o conhece?

A primeira forma de papel usada na produção de livros foi o papiro, que existia principalmente no Egito, mas também na Grécia e Roma. O Egito exportava papiro para todo o mundo mediterrâneo, pois dominava a produção e guardava os maiores segredos da fabricação a partir de juncos que cresciam nos pântanos do Nilo.

O caule do junco era cuidadosamente retirado sob a forma de tiras, que eram estendidas em uma camada. Em seguida, acrescentava-se uma segunda camada e as folhas acabadas eram polidas com pedra-pomes ou conchas. Como era muito fino, além de ser quebradiço e frágil, o papiro recebia escrita somente em um dos lados.

Assim, a partir do século I d.C., surgiu o pergaminho que passou a competir com o papiro. No inicio, a nova tecnologia era chamada de  charta pergamene (papel de pérgamo) em latim, por causa de Pérgamo, na atual Turquia, onde provavelmente tivera origem. O pergaminho era feito de peles de animais, geralmente bois, carneiros, coelhos e até esquilos. Eram mais resistentes e podiam ser raspados e reutilizados.

O pergaminho trouxe muitos benefícios econômicos aos romanos, ao contrário do papiro, pois não tinha que ser importado do Egito. Porém, o pergaminho exigia preparo cuidadoso. O couro do animal tinha de ser secado, raspado, alisado e depois polido.

Mas havia um porém! Se hoje derrubamos árvores para produzir papel, nos primeiros séculos da era cristã a escrita em pergaminho exigia o abate de animais, o que ambientalmente falando não era nada interessante.

Seja como for, tanto o papiro como o pergaminho eram enrolados, daí serem chamados de rolos ou vólumen.

Foi quando surgiu o códice, originário do mundo cristão dos séculos II e III, revolucionando o conceito de livro, cujas páginas passaram a ser viradas em vez de longas tiras a serem desenroladas, que chegavam a mais de 6 metros. Foi graças ao papel primeiramente originário da China do século II e posteriormente os árabes no século VIII, através da Espanha Islâmica, que o papel tal qual o conhecemos chegou à Europa no século XII.

Como a evolução não para, hoje temos formas mais ecológicas de fabricação do papel e nós da Árvore das Letras prezamos por esse conceito na publicação de nossos livros e na confecção dos nossos cadernos.

Se você gostou desse conteúdo e é uma estudiosa ou estudioso como eu, vai gostar ainda mais do que vou dizer. Daqui em diante, de tempos em tempos, estaremos trazendo em pequenos textos como esse aqui no blog e também em vídeos no Instagram a história do livro e da encadernação em nosso mundo. Vale lembrar que o livro tem sido usado há mais de 2.500 anos para diversas funções, como legislar, registrar, idolatrar, educar e divertir. Nada mais digno para nós, portanto, que o temos como forma de trabalho, zelar pela perpetuação dessa história.

Ah, mais uma coisa!

Estaremos entre os dias 04 e 08 de dezembro na 35° Feira Nacional de Artesanato, na Expominas, em Belo Horizonte, no espaço Vales de Minas. É uma ótima oportunidade de conhecer de perto o nosso trabalho, os nossos livros e as confecções dos nossos cadernos artesanais, Venha conferir e nos encontrar para aquele dedinho de proza que, com certeza, será maravilhoso.

Esperamos você!

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A Árvore das Letras é uma escola-ateliê e editora sustentável de encadernação e papelaria ecológica. Valorizamos a produção e a confecção de livros e cadernos conceituais e artesanais. Oferecemos vivências presenciais e on-line para quem quer ingressar e aprimorar no mundo da escrita e da arte da palavra.

Frequentemente participamos de eventos, feiras e exposições. Entre em contato conosco e conheça melhor os nossos trabalhos.

Um forte abraço e até a próxima.


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