AO DESCONCERTO DA MINHA TERRA

Por António Alexandre*
(Angola)

Sou filho de um de um camponês.
Mas nada tenho para comer.
Quem está farto de comida é o filho do Burguês.

Sou filho de um pescador.
Da pesca nada vejo, nada como.
Do fiscal apanho purrete e sinto dor.

Sou filho de um professor.
Sei ler e escrever e falar.
Mas quem manda em todos que saber ler e escrever é o opressor.

Sou filho de um operário.
Trabalho duro para a minha terra, para os meus pais.
Mas do trabalho não vejo salário .
E assim está a minha terra sem paz.

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* António Alexandre é de Angola e é correspondente literário da Árvore das Letras.

Quarta Literária é uma ação da árvore das Letras de fomento à literatura independente.

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