
Por Leandro Bertoldo Silva
No dia 1º de janeiro de 2023 publiquei a primeira Crônica de Domingo do ano. De lá para cá foram 53 domingos, com este, e 53 publicações entre crônicas e poesias, sem contar os textos de colaboradores, alunos e parceiros, tanto do Brasil como de África.
Quero deixar o meu muito obrigado a cada um de vocês que contribuíram, leram, comentaram e fizeram desse espaço o meu melhor lugar, porque aqui escrevi o que estava na alma, traduzi em palavras os meus anseios, as minhas alegrias e até mesmo os meus medos e angústias, porque sim, elas existem e é natural.
Lembro-me que no dia 1º de janeiro trouxe como título a frase “Esse ano eu quero o simples sem excessos”. De fato, busquei ser mais assertivo em minhas escolhas, e isso me fez ser mais seletivo também… Disse que em muitas coisas eu desejaria o menos: menos barulho, menos discurso, menos necessidade de mostrar para os olhos poderem enxergar, e citei o menino que carregava água na peneira, de Manoel de Barros, ao dizer: “os vazios são maiores e até infinitos”.
Quanta verdade, Seu Manoel!
Em anos anteriores onde fiz listas e mais listas de desejos e muitas vezes de promessas não cumpridas, em 2023 escolhi peneirar silêncios… Busquei viver cada dia sem expectativas, porém atento às possibilidades e aberto ao que a natureza me oferecesse.
E o que aconteceu?
Nunca vivi um ano tão “cheio de vazios” — os verdadeiros vazios ao preencherem tudo! Não digo em termos de quantidade de acontecimentos, mas de qualidade ao sentir na alma a importância de extrair o máximo de cada coisa.
Nesse ano tomei posse como membro titular da Academia de Letras de Teófilo Otoni, tendo como patrono o jornalista e escritor Luiz Gonzaga de Carvalho, assumindo a cadeira nº 27. Muito obrigado.
Vi cumprir uma visão que profetizei há 10 anos (rsrsrs), quando disse a então aluna Fabiene Lemos, hoje amiga querida e psicóloga brilhante, que um dia trabalharíamos juntos; e foi nesse 2023 que realizamos uma capacitação para 120 professoras da rede municipal de ensino da cidade de Águas Formosas, no Vale do Mucuri, eu com a literatura, ela com a psicologia, em parceria com o Instituto In-Cena. Pois é, Fabiene… Eu estava certo! Muito obrigado.
Nesse ano, a propósito, tal parceria com o In-Cena proporcionou algo incrível em minha vida: a minha volta ao teatro, agora como diretor e dramaturgo, ao dirigir, juntamente com minha esposa Geane Matos, o novo espetáculo infantil do grupo, sendo a primeira direção externa em 15 anos de existência da companhia.
Como se não bastasse, a peça foi inspirada no meu livro “O Menino que Aprendeu a Imaginar”, e rendeu a ele a sua segunda edição lançada no encerramento do “Sábados Literários” no Teatro Raul Belém Machado, em Belo Horizonte, junto com a pré-estreia do espetáculo. Tenho só a agradecer ao André Luiz Dias, diretor do In-Cena e coordenador geral do trabalho e a todos os artistas e equipe desse grupo maravilhoso. Muito obrigado.
E os “vazios- cheios” não pararam por aí…
Foi nesse ano que tive a oportunidade de me encontrar pessoalmente com os integrantes da turma Novos Autores, aqui da Árvore das Letras, hoje meus mais significativos amigos e amigas. O que antes eram apenas encontros virtuais, puderam se concretizar em abraços e sorrisos reais, absorvendo o melhor do calor humano de cada um: Valéria, Luzia, Paulo, Patrícia, Rosi, Maria, Regina, Elisa, Ricardo e Pierre. Até Stefhanie eu conheci. Ainda não me encontrei com Adriana e esse ano com Carolina, mas estamos a caminho. Muito obrigado.
E já no finalzinho do ano pude estar com os “canarinhos cantores”, assim foram batizados carinhosamente pelo Ricardo Albino as crianças da turma Lygia Bojunga, em nosso trabalho presencial aqui na árvore de formação de mediadores de leitura, apresentando a história “Emengarda, a barata”, do Pierre André, com música minha e letra do Ricardo. Muito obrigado.
Nossa! Que ano maravilhoso!!
Encero aqui 2023 com o mais profundo sentimento de gratidão, pois nele encontrei o silêncio das necessárias verdades, onde o simples me levou às minhas letras, exatamente como eu havia planejado.
Obrigado por me acompanharem e lerem os textos aqui publicados. Sou grato por isso.
Vamos a outras páginas…
Mas tem mais uma coisinha!
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Chegamos, assim, à última Crônica de Domingo de 2023. Para 2024 teremos novidades. Mas como a literatura exerce também uma função crítica na sociedade, não poderia finalizar esse ano sem deixar um ponto de reflexão. Esses seis momentos memoráveis, que intercalaram lazer e trabalho, todos eles foram presenciais. Em nenhum deles foram exigidas as redes sociais para além do simples divulgar dia e hora dos eventos e, mesmo assim, tal ação está muito longe de ser única e imprescindível. Isso nos leva a duas questões tratadas como verdadeiras sentenças que muitos tentam impor, mas deixo aqui contrapontos: primeira, “quem não estiver nas redes sociais será invisível e estará fadado ao fracasso”. Será mesmo?! E segunda, “tem que estar, porque “todo mundo” está nas redes sociais”. Todo mundo quem?!
Feliz 2024.
Até a próxima.
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Gratidão amigo Leandro e amigos do grupo Novos Autores! Já visualizo todos vocês nos visitando aqui em Itatiaiuçu e fazendo muita arte!!! 🌻🌻🌻
Feliz e próspero 2024 em toda as áreas! 🙌🙏
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Com certeza, Adriana! Estaremos sempre juntos nesse caminho 🙂
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Quanta lembrança boa, meu amigo!
Sigamos em busca do simples e preenchendo de valores sinceros nosso espaço secreto.
Obrigada pela oportunidade de participar dessa história!
Feliz 2024!
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Sempre participou, minha amiga. Eu que agradeço e muito a sua presença 🙂
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Meu amigo, meu irmão, é um presente ter você na minha vida e no coração e poder Compartilhar amor fazendo o que nós amamos tanto. Obrigado por tudo e tanto e um feliz ano novo
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Obrigado, meu amigo, meu irmão, por sua presença em minha vida! Vamos em frente 🙂
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Parabéns Leandro por sua entrega em projectos! O meu muito obrigado, pela oportunidade concedida em um destes projectos ( literatura) da arvoresdasletras, que neste ano possamos estreitar esta parceria.
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Com certeza, meu amigo! Foi maravilhoso o nosso encontro e ele só tem a crescer. Vamos juntos!
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Muito interessante esta retrospectiva.
Foi uma longa caminhada ,pois o cheiro da escrita chegou à África e vai percorrendo o mundo das letras da cultura .
Parabéns !
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Muito obrigado, meu amigo, por essa ponte que construímos. Ela só tem a se fortalecer. Vamos juntos!
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