UMA FLOR NASCEU

Por Leandro Bertoldo Silva

A história de hoje me foi inspirada em um acontecimento real. Há um tempo, em uma cidade do sul de Minas Gerais, eu estava a ministrar uma oficina de transposição poética, cujo tema era “as rosas”. Ao final dela, percebo uma pessoa em choro convulsivo. O que ela relatou, não só a mim, mas a todos, me fez ter a certeza do imenso poder da poesia…

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Seu coração estava dilacerado e queria pôr fim à sua vida, acabar com aquele sofrimento, pois imaginava ser isso possível por esse caminho, já que era o único que conhecia. Preparou todas as coisas que julgou serem necessárias para a aguardada despedida; e já era próximo de meio dia…

Na sexta hora, quando nada mais restava a fazer a não ser saltar para o destino imaginado, uma rosa, até então despercebida, chamou-lhe a atenção no momento exato que se desfolhou à sua frente.

Ao ver as pétalas espalhadas daquela rosa, não duvidou de que, um dia, não importa se há muito tempo ou segundos antes, aquela bela flor teve forma, perfume e função de ser bela, doando, assim, o seu amor.

Olhou para as pétalas que um dia formaram uma flor e que, mesmo naquele estado, continuavam sendo uma flor, porque ainda tinham a capacidade de oferecer a beleza e o prazer do seu perfume…

Foi quando compreendeu que o amor, antes de ser sentido, deve ser manifestado, mesmo que dilacerado, pois está aí a natureza de transformar-se.

Como orvalhos naquelas mesmas pétalas, lágrimas sublinharam seus olhos, mas já eram de agradecimento, não apenas por ter sido salvo por uma flor, mas por ter se convertido em uma; e já era um minuto depois do meio dia…

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Bem, deixo para você supor o que, de fato, aconteceu àquela tarde…

Forte abraço!

Até a próxima.


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