O pernoitar das reflexões profundas Sintoniza-nos a ritmos, sons e danças Que o real nos nega.
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Viajando no além, Com a estrela polar Sem chegar à Belém.
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Perscrutando o murmurar do conhecimento corcunda E nos perdemos! Nos perdemos numa viagem sem volta Realismo suplantado pelo imaginário Onde o tempo não se sobrepõe as circunstâncias Só as energias importam.
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Veem-se comportas Abrem-se e inundam o vazio do pensamento.
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Não sabemos!
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Não sabemos se fugimos do real ou do imaginário.
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Não sabemos!
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Não sabemos o sentido da vida Buscámo-la a qualquer custo na alma ferida Quando nos demos por conta Láureas manhãs! E as almofadas de ar fresco Aliviam a dor profunda.
Descubra mais sobre Por uma literatura de identidade própria - Escrever é costurar ideias com as mãos
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Sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos “Cinderela” e o “Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção vaga-lume. Hoje as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa, na casa de minha avó, e lá passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que, com o tempo, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo Rubião... Ainda hoje continuo descobrindo escritores, muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros, como Mia Couto, Ondjaki, Agualusa. Porém, já naquela época sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, fazia a minha imaginação voar. Hoje sou um homem feliz; casado, eterno apaixonado e pai da Yasmin. As duas, ela e a mãe, minhas melhores histórias... Mas também sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sou Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, título que muito me responsabiliza e sou um homem das palavras. Mas essas palavras tiveram um começo... O meu encanto por elas fez com que eu começasse a escrever, inicialmente para mim mesmo, mas o tempo foi passando e pessoas começaram a ler o que eu produzia. Até que a revista AMAE EDUCANDO me encomendou um conto infanto-juvenil, e tal foi minha surpresa que o conto agradou! Foi publicado e correu o Brasil, como outros que vieram depois deste. Mais contos vieram e outros textos, como uma peça de teatro encenada no SESC/MG, poemas, artigos até que finalizei meu primeiro romance - Janelas da Alma - em fase de edição e encontrei uma grande paixão: os Haicais! Embora venho colecionando "histórias", como todo homem que caminha por esta vida, prefiro deixar que as palavras falem por mim, pois escrever para mim é mais do que um ofício que nos mantém no mundo. Escrever me coloca além dele... E é por isso que a minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo – páginas ao vento, palavras ao ar.
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3 comentários em “LÁUREA MANHÃS”
Lindo texto poético do escritor Tomé Nasapulo.
Leva- nos ao mundo imaginário, lá onde não chegamos.
Parabéns!
Lindo texto poético do escritor Tomé Nasapulo.
Leva- nos ao mundo imaginário, lá onde não chegamos.
Parabéns!
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Texto muito reflexivo e bonito, Tomé
Parabéns!
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Muito obrigado pelos vossos comentários, Dr. Alexandre e Maria Da Anunciação.
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